O défice de ferro manifesta-se através de sinais e sintomas inespecíficos e na maioria dos casos clínicos só é diagnosticado quando se estuda a sua manifestação final: a anemia. Nos grupos de risco, como as gestantes, os doentes renais crónicos ou com doenças inflamatórias intestinais ou com insuficiência cardíaca, está associada a pior prognóstico, com aumento das necessidades de internamento e redução da qualidade e da esperança de vida.

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Qual a diferença entre ferropénia, anemia e défice de ferro?

A ferropénia designa a condição de défice de ferro ou ferro baixo (valores de ferritina abaixo de 30ng/mL) sendo por isso sinónimo de défice de ferro. A anemia designa a condição de diminuição da hemoglobina (Hb<12 g/dL na mulher e Hb<13 g/dL no homem), sendo que pode ter diversas causas para além do défice de ferro (ou ferropénia), como por exemplo, défice de ácido fólico e de vitamina B12, perdas de sangue, presença de anticorpos anti-glóbulo vermelho, alterações genéticas da hemoglobina (anemia de células falciformes/drepanocitose, p.e.), etc.

A anemia ferropénica é a anemia cuja causa é o défice de ferro e é a consequência final deste défice quando não diagnosticado e/ou tratado.

Para evitar ou combater o défice de ferro devemos ingerir alimentos ricos neste nutriente como por exemplo vísceras

Por que é que a ferropénia é um problema de saúde pública?

A ferropénia é a principal causa de anemia a nível mundial e é a deficiência nutricional mais prevalente. É um problema de saúde pública, transversal a género e idade, e está identificado como tal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1977. Desde então têm sido criados vários grupos de estudo sobre este tema e em 2016 a publicação do estudo Empire concretizou a dimensão deste problema em Portugal. 

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Helena Brízido, médica créditos: DR

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Por que motivo existem muitas pessoas com défice de ferro no sangue?

Em Portugal, e à semelhança de outros países desenvolvidos, a ferropénia pode ter várias causas, nomeadamente, insuficiência de aporte na dieta (dieta vegetariana, alcoolismo), diminuição da absorção (medicação), aumento das necessidades (crescimento, menstruação, gravidez, lactação) ou aumento das perdas (perdas ginecológicas, hemorragias gastrointestinais) e défice de absorção de ferro (por exemplo, na doença celíaca e nas doenças inflamatórias intestinais).

Quais são as consequências a longo prazo da anemia?

A anemia é caracterizada pela diminuição do número de glóbulos vermelhos no sangue e são estes os responsáveis pelo aporte de oxigénio a todos os órgãos do corpo humano. Assim sendo, uma anemia não diagnosticada e não tratada implica uma oxigenação deficiente de todos os tecidos e órgãos do nosso corpo o que se traduz a curto e médio prazo em sinais e sintomas inespecíficos (cansaço, diminuição das capacidades cognitivas e físicas, queda de cabelo, unhas frágeis e quebradiças), podendo mesmo levar a longo prazo ao agravamento de patologias pré-existentes e à morte.

Quais são os grupos de risco?

Os principais grupos de risco para o défice de ferro são: mulheres em idade fértil, grávidas, doentes renais crónicos, doentes com doenças inflamatórias intestinais e doentes com insuficiência cardíaca. Nestes principais grupos de risco a ferropénia está associada a pior prognóstico, com aumento das necessidades de internamento e redução da qualidade e esperança de vida.

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Com que regularidade se deve rastrear a deficiência de ferro?

Não existe propriamente uma frequência para este rastreio. O rastreio da ferropénia está recomendado nos chamados grupos de risco e sempre que haja suspeita clínica (sinais e sintomas) e/ou laboratorial (anemia).

Que alimentos se devem privilegiar para combater esta patologia?

Para evitar ou combater o défice de ferro devemos ingerir alimentos ricos neste nutriente como por exemplo vísceras, carnes vermelhas, peixe, ovos (gema), leguminosas (feijão, grão, ervilhas), cereais, frutos secos, beterraba e legumes de folha verde (agrião, espinafre, couve, brócolos).