A escassos dias do início do evento religioso, que decorrerá entre os dias 01 e 06 de agosto, o médico António Marques, que preside a Comissão de Gestão do Plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) avançou, em entrevista à agência Lusa, o dispositivo montado no terreno para responder eficazmente a situações que possam ocorrer durante esta iniciativa, onde são esperados cerca de 1,5 milhões de peregrinos.

António Marques disse estarem tranquilos com o dispositivo criado, considerando que “é digno, estruturado e certamente será adequado às necessidades”.

Durante esta semana já há eventos relacionados com a JMJ que estão a acontecer em 17 dioceses ao longo do país em que foi feita “uma análise das necessidades caso a caso” em termos de prestação de cuidados de saúde que serviu também de preparação para a semana que irá acolher em Lisboa o maior evento da juventude católica, que conta com a presença do Papa Francisco.

Segundo o responsável, há 59 centros de saúde que alargaram especificamente o seu horário por causa da JMJ, sendo que no sábado (05 de agosto) vão estar 225 centros de saúde abertos e no domingo, 190, o que representa “um esforço no contexto dos cuidados de saúde primários e no seu atendimento não programado”.

No contexto hospitalar, entrou-se agora na última fase: a urgência e a resposta à emergência, em que há uma parte pré-hospitalar e uma parte hospitalar.

Na fase pré-hospitalar, António Marque revelou que houve um reforço de mais de 100 viaturas, como ambulâncias e motos de emergência, coordenadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), envolvendo também entidades como os bombeiros e a Cruz Vermelha Portuguesa.

A nível hospitalar, vários hospitais atualizaram e testaram os seus planos de resposta a eventuais situações com múltiplas vítimas, denominados planos de catástrofe, nomeadamente o Hospital de Loures, porque há eventos a realizarem-se neste concelho.

Os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central, Ocidental, Coimbra, Santo António e São João (ambos no Porto) também testaram e atualizaram os seus planos de emergência, o que o médico considerou ser “uma mais-valia para resposta a um eventual incidente inesperado e de exceção”, em que terá de haver “uma resposta em rede, sempre considerando os doentes mais graves”.

Relativamente ao dispositivo no terreno coordenado pelo INEM, que conta com a colaboração da Proteção civil, bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e também do Comité Organizador Local da JMJ, há quatro hospitais de campanha certificados pela Organização Mundial da Saúde, mais dois dos que o inicialmente previstos, que ficarão localizados no Parque Tejo (em terrenos dos concelhos de Lisboa e de Loures), no parque Eduardo VII e em Fátima, e 17 postos médicos avançados, mais sete dos que inicialmente estavam previsto.

“Isto é relevante porque demonstra, por um lado, a capacidade dinâmica, ou seja, à medida que se avalia a situação, os riscos, e se tenta ter uma postura de precaução de gestão de risco, então mobilizamos mais meios”, explicou, sublinhando a importância de serem cautelosos.

Nos postos médicos avançados participam elementos dos bombeiros e da Cruz Vermelha, sendo que 10 estão instalados no Parque Tejo, cinco no parque Eduardo VII, um no Terreiro do Paço e um em Algés.

Há ainda 124 equipas apeadas constituídas por bombeiros e elementos da Cruz Vermelha Portuguesa, coordenadas também pelo INEM, “o que também significa um dispositivo interessante”, além de 76 postos de socorro de nível de suporte básico de vida, onde estão voluntários da JMJ, muitos dos quais são profissionais da saúde.

“Por isso, há aqui um dispositivo que é muito respeitável e robusto”, rematou António Marques.