Para muita gente, treinar tornou-se, mais do que uma moda, num imperativo de saúde e bem-estar de que não abdicam. Ainda assim, na hora de se converter a este (novo) estilo de vida, surgem, por vezes, dúvidas e interrogações. José Soares, professor catedrático de fisiologia na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, desmistifica algumas das mais comuns. Veja também o artigo que explica que não é só ir para a rua e começar a correr.
- Vale a pena comprar um relógio de frequência cardíaca?
Sim, mas apenas para quem corre enquanto profissional ou tem algum risco cardiovascular. Nos restantes casos, é mais importante ter atenção à respiração do que à frequência cardíaca. Faça o teste da fala. Se não conseguir falar, está sob uma intensidade demasiado alta e tem de abrandar ou parar.
- Vale a pena tomar suplementos nutricionais?
A sua toma deve ser feita depois de se respeitar a alimentação, o treino e o descanso ou esporadicamente, como substituto de uma refeição. Nesse caso, aconselho um suplemento com mais proteínas, hidratos de carbono de boa qualidade e, por vezes, antioxidantes.
- É preferível recorrer a um treinador pessoal?
Sim, se se tratar de um profissional com a devida formação. As lesões são a principal causa de abandono e devemos assegurar toda a preparação, pois não basta calçar ténis e começar a correr. É preciso trabalhar o corpo para promover o reforço muscular de estruturas e ter atenção à alimentação e à hidratação.
- Vale a pena usar meias de compressão?
Ainda não existe robustez do ponto de vista científico para dizer qual o seu efeito, mas as pessoas que as usam relatam uma sensação muito agradável. Creio que o efeito resulta mais da estimulação dos recetores da pele do que de um efeito fisiológico. São de evitar quando sentimos demasiadas dores musculares.
Texto: Carlos Eugénio Augusto com José Soares (professor catedrático de fisiologia na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto)
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