Nas crianças em idade pré-escolar as quedas e traumatismos são habituais e a boca é a segunda região mais afetada. As quedas e acidentes devem-se, em parte, ao processo de crescimento e desenvolvimento das capacidades motoras e exploração do meio físico envolvente, característicos no período dos 2 aos 6 anos de idade.
Os traumatismos dentários representam situações de grande ansiedade para as crianças e para os pais/cuidadores e, na maioria dos casos, são o que motiva uma primeira visita ao dentista.
Após trauma da região oral podemos ter lesões nos tecidos moles (lábios, bochecha, língua) ou nos tecidos duros (dentes, estruturas ósseas).
Os traumatismos dentários dividem-se, essencialmente, em:
Fraturas – mais comuns na dentição definitiva. Podem envolver a coroa (parte visível do dente), a raiz ou ambos.
O que fazer? Neste caso, se possível, deve procurar e guardar o fragmento do dente numa solução (água, soro, leite ou saliva) e dirigir-se a uma clínica dentária.
Luxações – mais comuns na dentição temporária/decídua. Consiste no deslocamento do dente em relação à sua posição no osso. Este deslocamento pode dar-se em vários sentidos.
O que fazer? Não tente reposicionar o dente, limpe a zona afetada com uma compressa/lenço humedecido e dirija-se a uma clínica dentária.
Avulsão – mais complexa. O dente desloca-se, na totalidade, para fora do osso. É uma situação de urgência em que a rapidez de atuação e procura de cuidados médico-dentários é fundamental para obter um prognóstico favorável.
O que fazer?
- Avulsão em dentes de leite: não tente reimplantar o dente e agende uma consulta de urgência.
- Avulsão em dentes definitivos: o ideal é reimplantar o dente no local. Se não souber ou não conseguir reimplantar o dente, deve pegar no mesmo pela coroa e passar por água corrente para remover eventuais resíduos (sem esfregar). Coloque o dente num recipiente limpo com leite, saliva ou soro e dirija-se com a maior brevidade possível a uma clínica dentária.
Em todas as situações de trauma a realização de um diagnóstico correto, plano de tratamento e acompanhamento são essenciais para garantir um resultado favorável.
Um artigo de Joana Martins, médica dentista na Lusíadas Dental Amoreiras.
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