A fasquia está alta. Isso nota-se nas palavras de José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. "Não basta dizer que é o maior festival de gastronomia do país, é preciso prová-lo. E este evento, este ano, prova-o", afirma durante a apresentação da 43ª edição, que teve lugar em Lisboa.
São algumas as novidades partilhadas, entre elas as gravações do programa de televisão MasterChef, durante dois dias, ou a realização do Troféu Portugal, entre os dias 20 e 24 de outubro, promovido pelas Edições do Gosto, e que vai acontecer na Praça dos Sabores, com a participação de oito chefs de diferentes regiões.
Mas há coisas que não mudam. Aquele que é considerado um dos eventos mais icónicos de gastronomia em Portugal, vai ter lugar entre 17 e 27 de outubro, e regressa à Casa do Campino com o embaixador Rodrigo Castelo, que este ano viu o seu trabalho reconhecido com uma estrela Michelin, no seu Ó Balcão. No entanto, “a responsabilidade é sempre a mesma, apesar de a estrela ter um peso grande, mas todos os dias trabalhamos para fazer melhor”, partilhou o chef, apesar de admitir que esse galardão dá outro prestígio “e uma vaidade boa”.
Na opinião de Rodrigo Castelo, “o visitante que vem procura qualidade e sobretudo sustentabilidade”, num festival que “tenta fazer sempre algo diferente, para que não se torne monótono”.
O que também não muda é a presença de chefs. Este ano, Lídia Brás, (restaurante Stramontana, em Vila Nova de Gaia), Hugo Freitas, (Solar dos Presuntos, em Lisboa), e o repetente Louis Anjos, (Al Sud Palmares, uma estrela Michelin, do Algarve), são os convidados deste ano de Rodrigo Castelo, com presença na Praça MAKRO, nos dias 26 e 27 de outubro. Nesta edição, o desafio lançado aos chefs é o de prepararem uma entrada, um prato e uma sobremesa, em formato de degustação. Este momento é limitado a inscritos, havendo 40 lugares disponíveis.
Repetindo o mote “Tradição com Sabor a Futuro”, o certame continua a contar com a presença de 12 restaurantes representantes das gastronomias de Norte a Sul e ilhas: Académico (Bragança), Do dia pra noite (Madeira), José do Rego (Açores), O Lampião (Évora), Aleluia (Nazaré), O Costa (Vila Real), Tentações da Montanha (Boticas), Torres (Vila Verde), Mosteiro do Leitão (Batalha), Carne Alentejana (Lisboa), Temudos (Mealhada), Casa Caetano (Arouca).
A par dos restaurantes, o festival convida a provar a melhor doçaria, vinhos e fumeiros, entre outras iguarias, além da mostra de artesanato e showcookings, como já é tradição.
Com o crescimento do evento, houve a necessidade de reorganização do espaço, com o Salão Nobre, no primeiro piso, a ficar dedicado aos vinhos de todas as regiões do país, espaço este dinamizado pela Associação dos Municípios Portugueses do Vinhos. Estão previstos dias especiais por região, que vão incluir demonstrações de vinhos, com harmonização gastronómica.
De acordo com João Teixeira Leite, Presidente da Câmara de Santarém, o espaço entre as Cavalariças será dedicado aos fumeiros e a mostra de artesanato estará nos claustros. A Tenda Repsol também será ampliada, onde é recolocada a Praça Confagri, reservada aos produtos agrícolas, além de contar com uma renovada área de convívio, com a habitual programação musical e expositores ligados aos setores do turismo e da gastronomia, demonstrações da Escola Profissional do Vale do Tejo (EPVT), e showcookings, aos sábados. A novidade deste é a criação do Jardim de Inverno, com acesso à área exterior, onde se encontrará terá um espaço dedicado à street food.
“A gastronomia é vista hoje, não só do ponto vista da componente social, mas também como um património imaterial que valoriza e economia local”, afirmou João Teixeira Leite, que colocou a tónica na importância que este tipo de eventos gastronómicos tem tido para o crescimento da economia local, que se traduziu num aumento de 5,5% de dormidas em Santarém, face ao ano anterior, “numa estratégia que está a dar frutos”.
A cerimónia de abertura, marcada para dia 17 de outubro, vai contar pela primeira vez com a entrega do Prémio Armando Fernandes, uma distinção da Academia Portuguesa de Gastronomia, que homenageia o escritor e promove obras dedicadas à culinária tradicional e ao património gastronómico português.
Ao longo de 10 dias, o Festival Nacional de Gastronomia de Santarém vai funcionar entre as 12h e as 24h, com a zona lounge a ficar aberta até às 02h, nas sextas e sábados. No dia de encerramento, 27 de outubro, o evento funcionará entre as 12h e as 19h. O preço da entrada será de 2,50€, sendo gratuita durante os dias de semana até às 18h00.
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