Quanta Terra há no Douro? É o que sabemos nestes dois novos vinhos

Cumprindo a missão de homenagear as terras altas do Douro, explorando os micro terroirs do Cima Corgo, Celso Pereira e Jorge Alves, alma do projeto Quanta Terra e Terra a Terra, deixam-nos este janeiro dois novos vinhos.

O primeiro, Quanta Terra Manifesto 2015, é elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão. O seu segredo está no estágio de 14 meses em barricas de carvalho francês – 60% novas e 40% usadas, rigorosamente selecionadas na adega com o objetivo de garantir maior expressão ao vinho – o que lhe confere uma bastante estrutura, contando, boa integração da madeira, apresentando algum exotismo ao primeiro contacto.

Um vinho que acompanha bem comida de conforto portuguesa, como pratos de carnes vermelhas, pernil de porco assado no forno ou perna de borrego recheada.

Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional
Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional

Já o Quanta Terra Inteiro 2008, lançado uma década depois da colheita, é um convite a embarcar numa viagem ao Douro, confirmado pelo próprio rótulo, uma réplica de um antigo bilhete de comboio. Na sua base estão uvas provenientes de uma vinha velha, onde se evidenciam a Touriga Franca e a Touriga Nacional. Seguiu-se um estágio em três anos em barricas novas e seis anos em cubas de cimento, uma espera arriscada, mas necessária para (com)provar o potencial de envelhecimento dos vinhos da região.

Este “vinho de tertúlia”, como é muitas vezes tratado pela equipa de enólogos, foi pensado para partilhar e despertar emoções à mesa, revelando todos os seus sabores na companhia de carnes grelhadas e assadas, arroz de pato ou da simplicidade de queijos curados de pasta mole.

Quanta Terra Manifesto 2015 (preço de venda aconselhado: 50,00 euros).
Quanta Terra Inteiro 2008 (preço de venda aconselhado: 50,00 euros).

Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional
Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional

Evel branco 2017, um vencedor internacional com preço abaixo dos 5,00 euros

Há quem diga “não há duas sem três”. No caso vertente, “não há três sem quatro”. Pelo quarto ano consecutivo a revista norte-americana Wine Spectator destaca os vinhos da Real Companhia Velha. Depois de três tintos, este ano o eleito é um branco: o Evel, da colheita de 2017. Um néctar que figura agora na lista do “Top 100 Best Values” de vinhos provados em 2018.

Feito a partir das castas Viosinho, Rabigato, Fernão Pires e Moscatel, é destacado por Gillian Sciaretta, coordenadora de provas da Wine Spectator responsável pelos vinhos de Portugal, pelos seus “aromas florais, de pêssego e melão, com nuances minerais e de especiarias”.

A colheita de 2017 do Evel branco é nomeado pela Wine Spectator depois dos tintos Quinta das Carvalhas Touriga Nacional, Evel e Porca de Murça constarem no Top dos 100 Melhores Vinhos do Mundo dos anos 2017, 2016 e 2015, respetivamente.

O Evel branco 2017 está disponível em super e hipermercados, mas também em garrafeiras, com um preço de venda abaixo dos 5,00 euros.

Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional
Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional

Ferreira Vintage Vinhas Velhas 2016. Um vinho mas também um investimento

Ferreira Vintage Vinhas Velhas 2016 é o primeiro Vinho do Porto da marca produzido a partir de uma seleção de uvas provenientes de vinhas com mais de 50 anos. Este mais recente vinho de Luís Sottomayor começou a ganhar forma no decorrer do trabalho de requalificação das vinhas da Sogrape no Douro, realizado na última década. “Esta melhoria introduzida na vinha permitiu-nos atingir o desejado patamar de qualidade para avançarmos para esta referência superior de Ferreira que agora apresentamos pela primeira vez”, explica o enólogo, confessando ainda que “este processo já tinha em vista a criação de um vinho como este Vintage Vinhas Velhas”.

Produzido a partir de uvas provenientes de vinhas velhas das quintas da Sogrape no Douro, especialmente da Quinta do Porto – conhecida como uma das residências de Dona Antónia Adelaide Ferreira –, este super vintage assume elevados níveis de complexidade, cor e estrutura. Um vinho para a categoria de protagonista no património histórico de mais de 250 anos de Porto Ferreira.

Com uma edição limitada a 4 mil garrafas, Ferreira Vintage Vinhas Velhas é produzido a partir de Vinhas Velhas (70%), Touriga Nacional (20%), Sousão (10%). Um néctar que apresenta uma carregada cor preta. Em nota de prova o produtor saliente que estamos perante um vinho que “revela excelente complexidade e intensidade com notas balsâmicas como resina e caixa de tabaco, notas florais a esteva e aromas de especiarias como pimenta e cravinho; é ligeiramente mentolado e apresenta nuances de xisto molhado e um pouco de cacau, fruto de uma excelente maturação”.

Um vinho “denso na boca, com acidez vibrante que lhe confere um excelente equilíbrio, taninos firmes e robustos de grande qualidade e ainda notas de chá verde, esteva e manjerico. O final é extremamente longo, elegante e complexo”.

Ferreira Vintage Vinhas Velhas 2016 chega às garrafeiras com o preço recomendado de 175,00 euros.

Quatro vinhos, um trio de histórias. Do néctar que aguardou dez anos, ao destaque na imprensa internacional
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