Há um ano, sem que nada o fizesse anunciar, grande número de portugueses viu-se na contingência de resumir o seu quotidiano ao espaço da casa. A palavra confinamento ganhou novo alcance e as refeições passaram a ocupar ponto central nas preocupações diárias. Exceção feita ao take away e entregas ao domicílio, a confeção de comida animou as cozinhas nacionais e não só. Para avaliar o comportamento à mesa em tempo de confinamento a empresa de pesquisas Fly Research, produziu um estudo para a Mastercard que decorreu em 19 países, envolvendo 19 mil adultos.
No caso português, as receitas tradicionais ocuparam, de acordo com o estudo já citado, os dotes culinários dos cozinheiros domésticos. O nosso fiel amigo encabeça uma lista de pratos de sabor português, com o Bacalhau à Brás a liderar o top dos mais cozinhados (43% dos inquiridos). Em segundo lugar são referidas as Bifanas (37%), seguidas do Arroz de Pato (34,8%), do Caldo Verde (34%) e do Cozido à Portuguesa (29%).
Um elenco de escolhas que, nos restantes países onde decorreu o estudo, parece obedecer à cartilha dos estereótipos nacionais. Desta forma, se em Espanha a Tortilha conquistou a liderança entre os pratos cozinhados pelos nossos vizinhos ibéricos, já em Itália, o Esparguete à Carbonara assumiu as preferências.
Por sua vez, a Grã-Bretanha e Irlanda renderam-se aos assados, França aos crepes, Rússia às costeletas, Turquia às almôndegas, Holanda aos guisados e a Eslováquia à Sopa de Repolho.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, 68% dos portugueses inquiridos consideraram ter aproveitado o confinamento como motivo para se dedicarem mais à cozinha, enquanto 51% admitiu que o confinamento despertou a vontade de levar a um estilo de vida mais saudável, o que inclui a mesa.
No que respeita às fontes de recolha de receitas, 42% dos inquiridos referiu os programas de televisão, o streaming e as redes sociais.
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