Ninguém fica indiferente às imagens televisivas da festa valenciana La Tomatina que se realiza todos os anos em agosto na cidade de Buñol, Espanha. Milhares de participantes entregam-se a uma batalha com mais de cem toneladas de tomates maduros. Findo o evento, as ruas da localidade e os participantes ficam completamente vermelhos. Jenny Linford autora deste “O Livro do Tomate” (Jacarandá Editora) não esquece esta dimensão festiva do alimento e convida-nos a viajar pelos Estados Unidos, Espanha e Itália, à descoberta de celebrações insólitas e populares.

Isto numa obra que é, sobretudo, um livro de receitas, 75 para sermos exatos, embora não desmereça em questões como o cultivo e a conservação caseira do tomate, a combinação deste ingrediente com outros alimentos. Jenny revela, inclusivamente, a sua preocupação pela preservação de milhares de tipos de tomate, de cor, sabor e forma diferentes.

A polpa sumarenta, sabor delicado e um travo particular entre ácido e doce tornam o tomate versátil. Cortado e comido cru em saladas, servido ou cozinhado num molho saboroso e rico, assado no forno, seco ao sol.

Pode, por exemplo, ser o elemento principal de um prato, como no caso do gaspacho e do molho de tomate para massa, ou um ingrediente muito agradável para dar vida às saladas, ao pão, aos guisados e dahls. Um dos segredos do tomate reside no facto de poder ser conservado por longos períodos em lata, frasco, embalagem de cartão, inteiro, em pedaços, em polpa.

O livro, com imagens do fotógrafo Peter Cassidy, percorre os petiscos, as sopas e saladas, pratos de aves, carne e peixe, pratos de vegetais e de arroz e massa, passando ainda por ideias para pastelaria e padaria, não esquecendo os molhos e conservas.

Entre as receitas apresentadas nas 160 páginas do presente título saliente-se a mousse de tomate, os panados de tomate verde, a sopa de tomate e abóbora assada, a salada de tomate e funcho, as almôndegas em molho de tomate picante, o caril de tomate, o macarrão com tomate e queijo, a tarte de tomate, os rolinhos de tomate e funcho.

Na introdução à obra, a autora narra a história deste fruto (na cozinha é considerado um vegetal) com centenas de variedades. Uma epopeia com raízes na América do Sul, de onde o tomate é originário. Encontramo-lo no México, por volta de 700 d.C, onde é apadrinhado pelos Aztecas que lhe chamam Xitomati. No século XVI entra na Europa pela mão dos espanhóis. Ganha lugar cativo na cozinha italiana onde fica conhecido como “maçã dourada” (pomodoro).

O livro chega aos escaparates com o preço de 18,90 euros.