A nova carta do The Royal Cocktail Club foi vista como uma oportunidade para pôr à prova a sua veia experimental, sustentando-se num princípio: o melhor cocktail é o que ainda não foi inventado. Anuncia-se, assim, a estreia de uma nova dinastia, com especial destaque para uma trilogia de cocktails que constituem as “Joias da Coroa” do bar.
Servido num copo que recria os contornos viscerais de um coração humano, D. Pedro (18 euros) evoca sabores intensos, mais amargos e terrosos, o resultado da conjugação de ingredientes como Tanqueray Ten redestilado pela equipa do Royal com beterraba, rinomato bitter, Poças Ruby, málico, xarope flores, cordial beterraba, kombucha e, para o apontamento aromático final, perfume Tanqueray Ten.
Num contraste direto, com notas mais frutadas, cítricas e minerais, a composição do Diamond (16 euros) revela misturas de Citadelle, Giffard Apricot Roussillon, Mancino Ambrato, de um chamado ‘limão falso’, açúcar e kombucha citrus hop. Surpreendentemente, o imaginário desta pedra preciosa natural não se fica apenas pelo nome no menu, já que o próprio copo assume o formato de diamante, antecipando uma experiência no mínimo singular.
Como em quase todas as famílias nobres, há espaço para aquele que não se conforma e que prima pela diferença. Dissident (16 euros) materializa esta personalidade através de um cocktail aromático, vegetal e salgado, apresentado num copo que relembra animais marinhos como os ouriços-do-mar, referências que, aliás, se transportam para a lista de ingredientes: Cîroc redestilada com salicórnia, criação idealizada pelo The Royal Cocktail Club, limão, kombucha e solução salina.
No piso inferior do bar, abre-se espaço para um laboratório privado com a tecnologia necessária para a criação de ingredientes próprios.
As surpresas estendem-se a outras categorias da carta. Na secção de “Lordes”, cocktails que recuperam as origens e lugares que lhes concedem o estatuto de nobreza, a aposta recai sobre opções frescas, florais e frutadas, com as exceções surpreendentes de: Yucatan (14,5 euros), elaborado com Mezcal Siete Misterios Doba, Ancho Reyes Jalapeño, ‘limão falso’, agave e sal fumado, ingredientes que lhe conferem sucessivos travos de notas fumadas e picantes; Oaxaca (12 euros), descrito como energético, aromático e fumado, graças aos ingredientes Mezcal Ojo de Tigre, tequila Corralejo Reposado, Giffard café, café e agave; Neverland (13 euros), idealizado para recuperar as memórias doces de infância, com Remy Martin 1738, Beirão D’Honra, Poças Tawny, caramelo salgado, solução cítrica, bolacha maria e algodão doce.
Para quem o convite de arriscar é pouco sedutor, a categoria “The Royals” recorda alguns dos best-sellers do espaço, incluindo Candlelight, cocktail eleito por Carlos Santiago para representar Portugal na Final Global da Competição Diageo World Class em 2017.
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