Na maioria dos lares portugueses o Natal ainda convive com a tradição gastronómica. O mesmo é dizer, com as receitas que apelam a memórias de conforto e de partilha familiar. Há, contudo, que considerar que nem sempre o que levamos à mesa é conciliável com intolerâncias alimentares, nomeadamente ao glúten, uma proteína presente em quatro cereais: trigo, centeio, cevada e aveia.
Dada a lista, desde logo é compreensível que muitos dos petiscos natalícios, por exemplo à base de massas, estejam proibidos na mesa dos doentes celíacos. Desde logo o pão tradicional que tão bem casa com o bacalhau cozido, ou mesmo com os assados. Como também pouca margem de utilização têm os fritos. A indústria alimentar tem, contudo, procurado fórmulas que permitem contornar alguns destes constrangimentos, oferecendo ao consumidor alternativas que garantem diversidade à mesa. Dando prova disto, a Nacional organizou recentemente em Lisboa, no Inspira Santa Marta Hotel, uma demonstração culinária com a sua primeira Farinha Sem Glúten, produzida à base de amido de milho. Uma ação que contou com a presença do chefe João Silva que coordena a cozinha da Open Brasserie Mediterrânica, restaurante certificado com o selo “Sem Glúten” pela Associação Portuguesa de Celíacos (APC).
Uma tarde em torno dos tachos e do fogão que recriou três receitas com lugar cativo na mesa da Consoada. Das mãos de João Silva nasceu um pão sem glúten, um bacalhau cozido acompanhado de gnocchis (uma massa italiana) de grão e molho béchamel. Para encerrar esta ementa isenta de glúten, uns sonhos de abóbora. Um menu concebido para exemplificar a versatilidade da nova farinha alimentar da Nacional que, como sublinha a marca, presta-se a “confecionar receitas de pão, bolos, tortas, bolachas e salgados”.
Recorde-se que a Doença Celíaca é “autoimune, ocorrendo em indivíduos com predisposição genética causada pela permanente sensibilidade ao glúten. A ingestão de glúten leva o organismo a desenvolver uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado, provocando lesões na sua mucosa que se traduzem pela diminuição da capacidade de absorção dos nutrientes”, sublinha A APC na sua página na internet. A mesma entidade acrescenta que “a eliminação do glúten da alimentação permite que o intestino regenere por completo da lesão e o organismo recupere”. Mas adverte: “se houver reintrodução do glúten, as inflamações regressam e os sintomas reaparecem”.
Entre os alimentos proibidos na lista dos doentes celíacos estão o trigo, centeio, cevada e aveia, os amidos dos cereais indicados, bolachas e biscoitos, massas alimentícias, sopas de pacote, salgados, iogurtes com cereais, delícias do mar, piza, o malte e xarope de malte, aditivos do grupo E-14XX.
Mais informação sobre a Doença Celíaca pode ser encontrada no site da APC.
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