Numa carta publicada hoje e citada pela agência de notícias espanhola Efe, o diretor internacional do Guia Michelin, Gwendal Poullenec, afirma o apoio da companhia ao setor da restauração, face ao “difícil contexto social e económico atual” causado pela pandemia de covid-19.
O responsável assegura que, graças às equipas em cada país, o Guia poderá “tomar as decisões apropriadas de acordo com a realidade local, à medida que a recuperação vá ocorrendo”.
De acordo com o diretor do Guia Michelin, enquanto decorrer a recuperação, os inspetores serão “flexíveis, sensatos, respeitosos e realistas”.
“[São] a alma das nossas cidades e povoações, o coração das nossas comunidades, e dos quais as pessoas vão querer voltar a disfrutar”, comentou.
Para manter o seu trabalho de ligar clientes a restaurantes quando estes voltem a funcionar e conseguir “seleções equitativas e consistentes para 2021″, o Guia recorrerá à internet e serviços digitais, mas a empresa assegura que “não há motivo de preocupação”: tanto as distinções das estrelas Michelin ou os ‘Bib Gourmand’ (que designam uma boa relação qualidade/preço) “significarão o mesmo em 2021, como sempre o fizeram”.
Poullenec reconhece, na carta, os “momentos difíceis” que enfrentam empresários e cozinheiros, envolvidos em “apostas pessoais nas quais empenharam todas as sua forças”, e agradece o trabalho daqueles que cozinham para os que mais necessitam nestas semanas.
“Trabalharemos em conjunto com as nossas equipas locais de inspetores de forma a que possamos assegurar que a situação regressa à normalidade da forma mais rápida e segura que seja possível. Sabemos que o regresso à recuperação será gradual, mas podem todos ter a garantia de que estaremos a ajudar-vos a avançar em cada passo”, continua, na carta.
O diretor internacional dos guias Michelin assegura que a companhia não irá cessar o seu trabalho de “encontrar restaurantes que sirvam boa comida, descobrir novos talentos e aproximar estes restaurantes àqueles comensais que desfrutam da gastronomia”, mesmo “nesta situação excecional”.
No início do mês, o Guia Espanha e Portugal anunciou que a gala de apresentação da edição de 2021 ocorrerá em 30 de novembro, aproximadamente na mesma data em que decorre a cerimónia anual (geralmente na terceira semana de novembro).
Na edição de 2020, Portugal conta com sete restaurantes com duas estrelas (‘cozinha excecional, merece o desvio’) e 20 com uma estrela (‘cozinha de grande nível, compensa parar’). O guia ibérico, que este ano celebra 110 anos, continua a não atribuir a classificação máxima (três estrelas, ‘uma cozinha única, justifica a viagem’) a restaurantes portugueses.
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