Por trás deste movimento de protesto está um chef de Besançon (leste) que anunciou que reabriria o seu estabelecimento a 1 de fevereiro, incentivando os seus colegas a imitá-lo.

O chef Stéphan Turillon afirma que quer "iniciar um diálogo" com o Estado. "Não se pode lutar contra a pandemia fechando tudo", disse ele à AFP enquanto alimentava cem clientes sob uma tenda do lado de fora do seu restaurante.

O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, afirmou esta segunda-feira que os bares e restaurantes que abrirem, apesar das restrições impostas para conter o coronavírus, terão as ajudas suspensas.

Os restaurantes que servirem os clientes à mesa terão o acesso aos fundos de solidariedade "anulados por um mês" e de forma definitiva se o fizerem novamente, anunciou o ministro.

Os restaurantes e outros negócios obrigados a fechar por causa da pandemia podem optar por ajudas de 10.000 euros por mês ou uma indemnização de 20% da sua renda, com um máximo de 200.000 euros mensais.

No entanto, a iniciativa alastrou-se por toda a França. No seu bar em Ligescourt (norte), Kathia Boucher instalou os seus clientes, respeitando a distância de segurança, em cadeiras alternadas.

Na ilha da Córsega (sul), Nathalie Vicens abriu de forma "simbólica" para meia dúzia de amigos.

Um dos convidados, que preferiu o anonimato, descreveu o gesto como "desobediência civil: há momentos em que é necessário".

Vicens espera que "isso faça o poder político refletir para que encontrem outra solução para o encerramento total".

"Para as unidades hoteleiras é muito difícil economica e moralmente", reconheceu Bruno Le Maire na rádio RTL, "mas isso não justifica violar as normas sanitárias".

A 27 de janeiro, o proprietário de um restaurante em Nice (sudeste) rebelou-se contra a medida que proíbe servir comida no interior dos estabelecimentos e serviu 100 pessoas ao meio-dia, o que o levou à esquadra.

Durante quinta e sexta-feira, a polícia de Paris fechou 24 restaurantes "clandestinos" que funcionavam à porta fechada.

Na sexta-feira, uma patrulha da polícia de Paris multou dez juízes que comiam em pé num terraço ao lado do quartel da polícia da capital.

Estes são "alguns poucos casos isolados em França", mas "não quero que se estenda e que se torne um hábito", alertou Le Maire.

Para o primeiro-ministro Jean Castex, este tipo de estabelecimentos, que estão fechados desde 30 de outubro (embora possam vender comida para levar), não abrirão antes de meados de fevereiro.

Com uma média de 20.000 novos casos por dia e 75.000 mortos desde o início da pandemia, o governo francês busca a qualquer preço um novo confinamento e anunciou no sábado o encerramento dos centros comerciais não alimentícios de mais de 20.000 metros quadrados.