Para a maioria dos consumidores conseguir dizer com sinceridade, ao provar um vinho, que “gosta” deste é um grande passo. Agora descrever esse “gostar", aí é que a "porca torce o rabo!". Por outro lado, os profissionais do vinho (Enólogos, Sommeliers) parecem dominar todo um vocabulário rico em adjetivos, sem qualquer problema, debitam num instante entre seis a oito características enquanto provam um vinho.

Quando ambos se encontram, consumidor e profissional, ocorre muitas das vezes uma falta de entendimento por parte do consumidor de todos aqueles “palavrões”, quando no final todos sabemos que o vinho sabe a vinho, porquê complicar?

Com essa dificuldade em mente, aqui está uma lista de seis palavras para as quais a maioria dos consumidores não encontra significado.

Por exemplo, quando “mastiga um vinho”, significa que os taninos são tão fortes que secam totalmente a boca, fazendo com que se tenha “de mastigar” a fim de criar saliva e humedecer a boca. Pode dizer por outras palavras que o vinho é adstringente e que seca a boca.

Diz-se também que um vinho está “fechado” quando ele não mostra o seu potencial, invariavelmente será jovem, demasiado cedo para o beber e que necessita de tempo para evoluir em garrafa.

Na hora de beber não basta ter a garrafa aberta. Passe o vinho para um decantador, dê-lhe algumas voltas, troque os copos na mesa por outros de cálice mais largo e aprecie a bebida outra vez. Verá que com o processo anterior de oxigenação o vinho "abriu" e já dará mais notas de sabor e prazer quando o beber.

E já provou vinho “quente”? Não estou a falar de Mulled Wine mas sim de vinho que dada a riqueza alcoólica, sente-se literalmente o cheiro dos vapores de álcool, aquecendo a nossa boca.

E quando o vinho é “austero”, significa que ataca a boca, será um vinho com muita acidez, seguindo-se habitualmente poucos sabores a fruta. Ele apresenta-se hostil mas depois altera-se na boca, não sendo igualmente frutado, tal como é acídulo.

Amanteigado é um termo empregue na descrição da prova de vinhos Brancos com fermentação/estágio em madeira. Um vinho “amanteigado” apresenta uma textura cremosa que atinge a língua como se tivéssemos acabado de comer uma torrada com manteiga.

O vinho é uma daquelas coisas que, quanto mais se sabe, mais se tem a consciência que nada se sabe. A oferta de vinhos nunca foi tão diversificada como é hoje, por isso mais do que nunca temos de exercitar nas nossas vidas o hábito de provar/beber vinhos mais frequentemente. Aqui ficam algumas sugestões de como fazê-lo variando e alargando horizontes:

- Embora por tradição, Portugal é um país cujos vinhos são de lote (varias castas), conheça as castas Portuguesas e prove vinhos mono-casta;

- Uma vez por mês, beba um vinho de uma região que não lhe seja frequente escolher;

- Tem um vinho favorito? Descubra o Enólogo (ou Enóloga) que o faz e parta à descoberta de outros vinhos feitos pela mesma pessoa;

Por isso se faz parte dos 0,7% da população do Mundo que é Vegan, procure por vinhos “vegan friendly”. Os restantes têm a vida mais facilitada e podem seguir estas sugestões.

Teresa Gomes
(Sommelier)