Do encontro feliz e apaixonado entre os queijos de França e os vinhos de Portugal nasceu este casamento de sabor: harmonias e contrastes que valorizam cada um dos produtos e apelam aos sentidos de cada um de nós.

Os queijos de França já fazem parte dos nossos hábitos, daqueles momentos especiais de prazer e partilha que recordamos para sempre. E esses instantes são tão intensos que nem damos conta que existem mais de 300 queijos diferentes, divididos por sete famílias. Variam na apresentação, no sabor e também na consistência das suas pastas.

  • QUEIJOS FRESCOS:

Comecemos pelos queijos frescos, elaborados a partir de leite inteiro ou desnatado, sempre pasteurizado. Como sabemos, pelos pequenos-almoços, refeições ligeiras ou saladas onde os incluímos, os queijos frescos são muito leves e têm um sabor predominantemente fresco e acidulado.

  • QUEIJOS CABRA:

Produzem-se desde tempos ancestrais. Tal como o nome indica, são preparados a partir de leite de cabra e podem ser brancos ou cinzentos. Têm a particularidade de serem altamente digestivos, sendo o Crottin de Chavignol, Saint-Maure e Valençay os membros mais ilustres desta família.

  • QUEIJOS PASTA MOLE CROSTA BRANCA:

Fabricados há mais de mil anos, são elaborados com leite cru ou pasteurizado. O Brie e o Camenbert já são bastante conhecidos entre nós, mas esta família inclui ainda o Carré de l´Est e o Coulommiers.

  • QUEIJOS FUNDIDOS:

Bem mais recentes são os queijos fundidos, que só começaram a ser criados no início do século XX. A base é constituída por diversos tipos de queijos aos quais se adicionam leite, natas, manteiga ou especiarias.

  • QUEIJOS PASTA PRENSADA:

Das altas montanhas chegam-nos os queijos pasta prensada. Apresentam um gosto requintado e uma pasta de cor amarela pálida.

Em Portugal, o Emmental é o mais conhecido da família, mas o Comté, o Beaufort e o Cantal não devem ser esquecidos. São queijos fabricados há vários séculos e têm um sabor doce, quase picante, quando jovens. Quando mais maduros, tornam-se mais frutados e com toques de avelã.

  • QUEIJOS AZUIS:

Por fim, destaque para os queijos azuis, que se impõem pelo sabor e aroma fortes. São fabricados a partir de leite de vaca, à excepção de Roquefort, que é elaborado apenas com leite de ovelha. Para além deste último, muito comum, o Bleu d´Auvergne e Bleu de Bresse completam a família.

  • QUEIJOS PASTA MOLE DE CROSTA AMARELADA:

De textura cremosa e sabores variados, são fabricados com leite cru ou pasteurizado e têm no Pont l´Évéque e Munster dois exemplos à disposição no mercado português.

Harmonizações:
Quem vive um dia-a-dia agitado sabe bem como, muitas vezes, nos apetece parar um pouco para desfrutar instantes de pleno prazer. Sozinhos, a dois ou com amigos, esses momentos podem surgir quando juntamos o nosso queijo de eleição com o vinho de que mais gostamos. No entanto, nem sempre fazemos as escolhas mais acertadas e acabamos por não tirar todo o partido dessa ocasião. Os queijos combinam bem com os vinhos da sua região de origem.

Mas não é obrigatório que assim suceda.

Para que domine melhor o tipo de combinações possíveis, tenha em conta que quanto mais fresco é o queijo, mais seco e frutado deve ser o vinho. Assim como, quanto mais duro for o queijo, mais encorpado e rico pode e deve ser o vinho.

No entanto, se quiser apreciar melhor a sua degustação, pode afinar ainda mais a essa fantástica combinação dos vários tipos de queijos franceses com vinhos de diferentes regiões portuguesas.

Dicas:

- Para os queijos de sabor suave, que identificamos como sendo os de tipo fresco, ou pouco fermentados, e os queijos fundidos recomendam-se vinhos brancos jovens, leves e frutados. Para este caso, considera-se que os tintos são demasiado pesados.

- Para os queijos azuis ou de cabra recomendam-se vinhos brancos, jovens e secos, mas aromáticos e frutados. É o caso dos brancos do Dão, da região da Bairrada ou Reguengos. Em concreto, os queijos azuis casam de forma perfeita com vinho do Porto ou Madeira.

- Já para os queijos de pasta prensada, a escolhacerta deve incluir vinhos tintos da zona sul do país, das regiões de Borba, Reguengos, Terras do Sado e Palmela.

- Para queijos de pasta mole recomendam-se vinhos ou outras bebidas secas, muito frescas e frutadas. É o caso dos brancos Alvarinho, espumantes ou um tinto leve.

- E para uma degustação de queijos em geral, quando um ou mais queijos não correspondem a nenhuma planificação concreta, um vinho tinto encorpado de graduação média e frutado é o acompanhamento ideal. Referimo-nos aos tintos do Douro, Bairrada, Palmela e Terras do Sado, ou das castas internacionais Cabernet e Merlot. Os doces encorpados são ideais para queijos azuis ou de pasta mole de sabor forte.