1. Há razão para não se venderem as vieiras no interior das suas conchas?
Já reparou que dentro da concha de uma amêijoa, ostra ou mexilhão há água? Quando capturados, estes bivalves, fechando hermeticamente as suas conchas, conseguem manter dentro de “casa” uma réplica do ecossistema onde habitavam. Tal, pode prolongar-se por duas semanas. Já uma vieira não consegue fazê-lo. Não fecha hermeticamente, perdendo o líquido do interior da concha assim que sai da água. Desta forma, o corpo do molusco é, imediatamente, extraído da sua concha aquando da captura. Isto para evitar o desenvolvimento de organismos patogénicos.
2. Uma amêijoa ou mexilhão são diferentes de uma vieira no ambiente marinho?
Sim, e é precisamente nesta diferença que reside a “carne” que tanto apreciamos numa vieira. O que levamos ao prato mais não é do que o músculo que permite à vieira deslocar-se na água, através de um movimento de propulsão. As vísceras da vieira não são, assim, cozinhadas. No caso da amêijoa e do mexilhão, quando desenvolvidos, não se deslocam na água e, todo o seu interior, o que inclui as vísceras, é consumido.
3. Há razão para um bivalve se encerrar na concha quando tocado?
A ação de se fechar num bivalve é uma reação de defesa a um perigo. A amêijoa, berbigão, ostra, mexilhão, pressentem a ameaça e encerram o seu interior frágil na concha protetora. Se vai cozinhar bivalves, desconfie de conchas abertas; mais se, tocando-lhes, não apresentarem reação. Já terão perdido o líquido que as mantém vivas pelo que é provável o molusco estar morto.
4. Pelo contrário, há que desconfiar de conchas que não abrem durante a cozedura?
Sem dúvida. Quando um bivalve soçobra à cozedura, o músculo que mantém as duas conchas unidades relaxa. Naturalmente, o bivalve abre. Se assim não acontecer é muito provável que o molusco já estivesse morto antes de cozinhado.
5. Existem caranguejos de casca mole? E são comestíveis?
Resposta positiva para as duas perguntas, assim como não se pense estarmos perante uma espécie diferente de caranguejo. Antes, um caranguejo que está a largar a velha casca endurecida para, desta forma, poder crescer. Ao fim de alguns dias, a casca mole vai ossificar. De premeio o animal vive dias angustiantes, pois mais vulnerável.
Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.
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