Já dizia o ditado: ano novo, vida nova. Neste caso será mais estação nova, vida (quase) nova. Se no verão o Go a Lisboa é um rooftop com um dos maiores miradouros perto de Alcântara, no inverno podemos deparar-nos com um problema. Mas se a necessidade aguça o engenho, o espaço adapta-se à nova realidade.
Ditados à parte, entraram os acrílicos, os aquecedores e as mantas, no Rooftop Oasis, sucedendo aos “expressores de água para ajudar a apaziguar o calor nos dias mais quentes” – como escrevíamos no verão a propósito da abertura – espaço esse que mantém o brunch ou pequeno-almoço, o almoço e as bebidas ao fim do dia, com novas propostas por parte da chef Inga Martin. E inaugurou-se o Supper Club, para uma refeição mais demorada e para um pé de dança, como já tínhamos adiantado anteriormente.
Somos mais uma vez recebidos pelo casal Annabel Grima e Yulian Patzelt, desta vez numa fria noite de inverno, mas para uma refeição dentro de portas. O projeto está “praticamente terminado”, partilha Yulian, faltando apenas umas luzes para compor mais o ambiente.
O supper club acaba por ser uma extensão do andar de cima, mas com um ambiente mais privado. A luz ténue dá-nos essa impressão. No centro da sala encontramos o bar quadrado, com 20 lugares a toda a volta, e três estações de cocktails (além de um segundo bar de apoio), uma forma inteligente de aproveitar os pilares que fazem parte da estrutura do edifício, e que podiam cortar o espaço. No bar podemos escolher entre os inúmeros cocktails de autor enquanto apreciamos a mestria dos bartenders.
Abrimos a refeição com um desses cocktails, Gajah (10€). Intenso e cítrico é composto por tequila, jamu (uma mistura de ervas usada na Indonésia) e limão. A acompanhar a bebida vem também um chupa-chupa, que é suposto irmos molhando na bebida. Um efeito surpresa. Mas há outras opções como Baisao (8€), com licor sencha fukujyu e vermute seco, que é mais licoroso e floral, ou Zui quan (11€), com aguardente, pera bêbeda e baunilha, enaltecendo as ervas e especiarias. Há ainda opções sem álcool, os já tradicionais mocktails, como o Mockbel (5€) – em homenagem a Annabele, que não consome bebidas alcoólicas – com citronela e xarope de iogurte, ou Mushbuck (5€) com trigo sarraceno e xarope de shiitake, além das típicas long drinks, cervejas, refrigerantes ou kombucha.
Os mais atentos ao menu poderão ver um aviso “Ask the team for secret cocktail specials” (Peça à equipa a lista secreta de cocktails). Yulian evidencia isso em conversa: “Nós temos cocktails que não estão na carta, que têm de ser pedidos no bar”. Questionamos se é preciso fazer alguma coisa para se ter acesso a essa exclusividade ao que o anfitrião diz trata-se apenas de um jogo. Afinal, parte da mística de irmos a um bar é podermos pedir sugestões aos próprios barmens. E esta é uma forma de encetar conversa.
A carta de vinhos também pode surpreender pela escolha de produtores mais pequenos, como, por exemplo, Guru, do Douro, e um dos vinhos preferidos de Yulian.
Na mesa podemos abrir as hostilidades com uma seleção de queijos (9,5€) e charcutaria (9€) com pão de fermentação lenta a acompanhar, ou croquetes de rabo de boi e mostarda (6€).
Seguimos com lavagante, remoulade e brioche (18€), vieiras, laranja, toranja, tomate e lima desidratada (10€) ou tártaro de novilho e crocante de alga noori (10€), nas entradas, lírio curado, beurre blanc de dashi e salicórnia (14€) e camarão tigre, manteiga de miso e furikake de laranja (24€), nos peixes, magret de pato, endívias, cogumelos e jus de mel e alfazema (9€) e chambão de borrego, azeite de hortelã, romã e húmus (22€), nas carnes e legumes baby, puré de abóbora assada, harissa e pó de beterraba (7€), na opção vegetariana. Estes são apenas alguns exemplos, há mais opções de pratos assinados pela chef Inga Martin a explorar.
Como nos explicam, há um sentimento de comunidade nos supper clubs, onde as pessoas gostam de socializar e aqui não é exceção, com a diferença de que no Go a Lisboa também se pode dançar. E é isso que acontece quando se arredam as mesas (jantares estão disponíveis de quarta a sábado, a partir das 19h) e se abre a pista de dança do clube, às quintas, sextas e sábados, a partir das 23h. Uma opção de pré-noite em Lisboa, ou não, caso opte por não prolongar depois das 3h.
O SAPO Lifestyle visitou o Supper Club a convite do Go a Lisboa.
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