Do Príncipe Real a Beirute são 57 horas de distância, numa analogia a um dos êxitos dos Xutos e Pontapés. Quase dois dias e meio se nos metêssemos num carro e nos aventurássemos estrada fora, sem paragens, para esta cidade do Médio Oriente para apreciar a rica gastronomia do Líbano. Na impossibilidade de o fazer, o mais simples é ficarmos pelo Príncipe Real e pelo Sumaya, restaurante libanês, que abriu portas em setembro de 2018.
A cozinha típica da região continua a fazer parte da génese do espaço que, desde início de fevereiro, avança com uma novidade: deixa de servir exclusivamente almoços e jantares para dar lugar a um menu de brunch, todos os dias, num horário mais alargado. A aposta neste tipo de refeição, não é, no entanto, uma novidade.
“Nós começámos por fazer um menu de brunch, inicialmente buffet, em 2019, mas só ao domingo”, explica Bárbara Cunha, da comunicação do Grupo Atalho, que detém o restaurante. A experiência correu tão bem que fizeram uma versão vegetariana, explica-nos ainda. Mas depois aconteceu uma pandemia e a ideia ficou em stand by.
“Desta vez, apesar de lhe chamarmos brunch, é mesmo pequeno-almoço. São cinco pratos de pequeno-almoço tipicamente libaneses e está disponível todos os dias das 9h às 12h”, afirma.
São cinco as opões que configuram esta viagem gastronómica como Manouché, uma pizza tradicional libanesa com zaatar (um tempero libanês), de queijo ou mix, com vegetais e servido com labneh (um queijo creme), Beid, uns ovos mexidos com salsichas sujouk ou queijo halloumi, servido com pão e vegetais, Foul, à base de favas, temperado com azeite, limão e salsa, servido com pão e vegetais, Ataif Ashta, umas panquecas libanesas com creme de leite, acompanhadas de fruta fresca ou Salata Fweké, uma bowl de frutas frescas com creme de leite, chamado Ashta, com mel e frutos secos a acompanhar. Todas as opções têm um valor de 9€ e inclui bebida (limonada ou sumo natural do dia) e café ou chá. Uma das possibilidades é café turco, caso tenha curiosidade em experimentar.
O difícil pode ser escolher e o barómetro vai acabar por ser a preferência por algo mais doce ou mais salgado. Os pratos são completamente diferentes entre si e têm sabores bastante inusitados para aqueles que estão habituados a consumir um tradicional café com torradas. No entanto, os ingredientes são invariavelmente familiares, ou não estivéssemos a falar do comum que podemos encontrar na gastronomia da bacia do Mediterrâneo.
O prato mais diferente será o Foul, e se a ideia de comer favas ao pequeno-almoço pode soar-nos estranho, aceite o desafio e experimente. Sabores novos podem ser desafiantes, mas como deixar passar a oportunidade de fazer uma viagem de sabores tão rica?
De acordo com Bárbara Cunha, os best-sellers parecem ser, para já, Manouché (a pizza tradicional libanesa) e Ataif Ashta (as panquecas). Mas fica o convite para experimentar os cinco pratos. Há opções para todos os dias de uma semana de trabalho. E é também nisso que o Sumaya quer apostar: ser um espaço onde as pessoas possam ir e ficar a trabalhar, por umas horas, com um menu diferenciado todos os dias da semana.
Espaço é coisa que não falta. Com perto de 100 lugares, o Sumaya conta com três salas e uma esplanada.
De Beirute a Lisboa
E pergunta-se o leitor: porquê da referência a Beirute? Porque foi precisamente esse o percurso que Tarek Mabsout, responsável pelo Sumaya, fez aos 7 anos, quando Portugal, e Lisboa, surgiram no mapa, depois de deixar o Líbano com a família.
O restaurante é uma homenagem à gastronomia libanesa, mas também uma referência familiar. Sumaya era a avó que agora empresta o nome ao restaurante da Rua da Escola Politécnica.
A essência é apresentar um autêntico banquete libanês, com as mezzes (pequenos pratos para partilha) ou as carnes grelhadas. A ideia aqui é ter a autêntica experiência da gastronomia libanesa. Numa zona onde o preço médio por refeição pode chegar aos 50€, o Sumaya apresenta-se como uma alternativa, tanto em termos de valor, como em termos de oferta gastronómica.
O SAPO Lifestyle experimentou o brunch a convite do Grupo Atalho.
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