Já alguma vez se imaginou sem cabelo? Como se sentiria se, de um dia para o outro, descobrisse que tinha uma doença que, progressivamente, lhe fizesse perder cabelo? Esta é uma realidade para quem sofre de calvície ou alopecia, uma doença influenciada por múltiplos fatores e que provoca a sua queda. Paulo Ramos, que durante anos a fio sentiu isso na pele e viu a sua autoestima afetada, traçou uma missão: ajudar pessoas na mesma situação e oferecer uma solução para quem sofria de alopecia ou problema capilar. E assim nasceu a Insparya, uma clínica focada em transplantes capilares, pioneira na implementação da técnica FUE (Follicular Unit Extraction) e que, atualmente, é principal grupo europeu especializado no diagnóstico, tratamento e investigação da alopecia.
“Sentimos que o transplante capilar embora fosse já uma inovação, havia muito caminho para fazer. E aquilo que o mercado nos oferecia não era suficiente”, disse Carlos Portinha, médico e Chief Clinical Officer do grupo durante a apresentação, explicando que para evoluir nesta área a empresa procedeu à criação do Insparya Cience and Clinical Institute. Localizado no Porto, aqui são realizados dois tipos de investigação: tecnológica (focada no desenvolvimento de novas tecnologias, como a ferramenta BotHair Ultraplus) e biomédica (focada no desenvolvimento de soluções inovadoras, como a multiplicação de unidades foliculares em laboratório para transplantes capilares). “[O BotHair] É disruptivo porque faz extração, aspiração, armazenamento da unidade folicular e, numa segunda fase, a implantação”, refere o responsável pela parte de investigação sobre este novo dispositivo.
Consciente das diferentes tipologias de alopecia e de que nem todos os pacientes com esta doença eram elegíveis para transplante, Paulo Ramos, CEO e Co-Fundador do grupo, e Carlos Portinha partiram à descoberta de uma solução alternativa que conseguisse responder às necessidades capilares individuais de cada cliente. Foi junto de uma empresa italiana que encontraram o Sistema de Integração Capilar (SIC), um método inovador que acaba de chegar a Portugal e em exclusivo às clínicas espalhadas pela Europa.
O que é?
Nas palavras de Carlos Portinha, este assume-se como um dispositivo médico que funciona como "uma segunda pele [artificial]" que se destaca pela sua aparência natural e realismo face às tradicionais próteses capilares, também conhecidas como perucas. Esta base - que é feita à medida da cabeça para cada cliente - vai ser colocada por cima do couro cabeludo de forma indolor, rápida e vai permitir que tenha uma vida totalmente normal e sem restrições.
A quem se destina?
Destina-se a todos aqueles que se enquadram naquilo que o Chief Clinical Officer designa como pacientes KO e que, até ao momento, não eram elegíveis para a realização de transplante capilar ou não pretendiam submeter-se a esta cirurgia. Aqui enquadram-se pacientes com diferentes tipos de alopecia - universal (sem cabelo no couro cabeludo), difusa (perda por todo o couro cabeludo), fibrosante frontal (em que existe um recuo da linha do cabelo em efeito bandolete) ou areata (onde o paciente perde todo o cabelo) – ou ainda pacientes oncológicos que perderam o cabelo devido ao processo de quimio e radioterapia.
Este sistema pode ainda ser usado de forma combinada – juntamente com a realização de um transplante capilar frontal – e como extensão, uma vez que irá conferir mais volume e densidade ao cabelo sem o danificar.
Como é fabricado e quais os materiais utilizados?
O SIC é criado com base nas medidas exatas do crânio do paciente e consiste em sete fases distintas. Com recurso a um sistema 3D, é realizado um scan ao centro da cabeça do cliente e identificado a zona de aplicação deste sistema. Numa fase seguinte este será enviado para a fábrica responsável por esculpir uma cópia do seu formato craniano.
Vai ser produzido num material biocompatível, semelhante ao utilizado nas válvulas cardíacas, totalmente seguro e transpirável, numa cor semelhante à da derme e do cabelo natural do paciente. “Nesta segunda pele é colocada, um a um, o cabelo”, explica Carlos Portinha que é criado com base na densidade desejada. Fabricado com cabelo humano, virgem e de alta qualidade, o objetivo é proporcionar um resultado natural.
Desde o processo de medição, seleção e construção, a produção do SIC demora cerca de quatro meses até estar concluído e pronto para aplicação.
Como é feita a aplicação?
A aplicação – que é feita na clínica por um grupo de profissionais num processo rápido e indolor – consiste na colagem do SIC no couro cabeludo do paciente. De forma a criar um efeito mais natural, esta é colocada por cima do cabelo preexistente não sendo necessário rapar o cabelo.
“Esta cola é feita com colas biológicas, biocompatíveis, que não causam alergias e não vão causar qualquer irritação no couro cabeludo”, explica o médico durante a apresentação. O passo seguinte é o styling do cabelo, onde o paciente irá definir o comprimento e o corte que deseja.
Qual a sua durabilidade?
A duração média de vida do SIC são três anos, ainda que a sua utilização possa ser prolongada no tempo consoante o estilo de vida e profissão do paciente. Ainda que este esteja colocado à cabeça, a verdade é que este não vai sair podendo executar diferentes atividades - como ir à piscina, ir à praia, ir ao ginásio – sem medo de que a SIC se descole a qualquer momento.
“São colas com um grau de aderência muito elevado e que vai permitir que o paciente tenha uma vida completamente normal e sem qualquer limitação”, salienta.
É preciso manutenção?
Ainda que este possa durar durante alguns anos, é aconselhado que o cliente faça manutenções mensais presencialmente na clínica. “Nós tiramos o sistema capilar e fazemos todo o cuidado – lavar, pentear e melhorar todo o SIC”, explicando que esta é necessária para que este sistema não se solte do couro cabeludo à medida que o cabelo vai crescendo.
A equipa de profissionais vai também tratar do cabelo nativo do paciente que, mesmo com este sistema, vai continuar a crescer, podendo recorrer a tratamentos como mesoterapia MesoHair+ ou ActivePlasma. Em termos de duração, a manutenção demora o mesmo que uma ida ao cabeleireiro.
Quais as principais vantagens face a outros métodos?
É um método não-invasivo, personalizado e que tem impacto na imagem e autoestima do paciente. “É sempre um momento dramático, mas bonito quando se coloca o Sistema de Integração Capilar. Ontem colocamos em duas senhoras no Porto e inevitavelmente choram quando se aplica”, refere o médico, sem esquecer o impacto que tem no estilo e qualidade de vida do paciente a longo prazo. “É uma vida sem qualquer limitação. É o mais parecido que existe com ter cabelo natural. Efetivamente muda a vida das pessoas.”
No caso dos pacientes com alopecia, outro aspeto importante, e talvez não tão notório, é o facto do SIC devolver alguma proteção ao seu couro cabeludo que “é o principal local de início do cancro da pele” e até à implementação do SIC acabava por estar exposto à radiação solar.
Qual o preço?
O valor varia consoante o tamanho da área onde será aplicado o Sistema de Integração Capilar e o comprimento do cabelo desejado pelo cliente, que pode ir dos 10 aos 50 centímetros. Se optar por um look de cabelo comprido, o SIC rondará os 5/6 mil euros.
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