Maria Grazia Chiuri idealizou um atelier de costura como cenário para o seu último desfile que teve lugar no Museu Rodin, em Paris, chamando a atenção para as etapas de criação pelas quais passa uma única peça de alta-costura, que em alguns casos pode requerer duas mil horas de trabalho manual.

Os vestidos monocromáticos, em tons pastel e com algum plissado, foram os protagonistas desta coleção. Um cinto fino, um colar discreto de tecido com pérolas suspensas ou uma boina inclinada finalizavam os looks elegantes e sóbrios.

Hoje "acredita-se que a única coisa que tem valor é o que é visível nas fotos", disse Maria Grazia Chiuri em entrevista à Agência France-Presse (AFP). E a alta-costura, "como é cara, parece que tem que ser visível", disse a estilista italiana que está à frente da direção artística da Dior desde meados de 2016.

Mas "há algo que é invisível e é muito caro que é o toque humano, as horas de trabalho, os acabamentos...", disse a estilista cujos últimos desfiles se destacaram pelo discurso feminista.

A nova missão de Maria Grazia Chiuri parece ser a de "educar as novas gerações" conectadas nas redes sociais sobre a importância do saber fazer (savoir-faire), algo difícil de apreciar numa fotografia em que se "perde o design, o volume, o corte...".

"O público de alta-costura não passa o dia no Instagram", disse. Mas através das redes sociais consegue-se chegar aos mais jovens, sendo que entre eles "aparecerão novos estilistas" de alta-costura e "clientes que a apreciem", acrescentou.

Veja aqui algumas das imagens do desfile da Dior.