A moda manifesta-se em todos os setores da sociedade, seja para consumo impulsivo, para um figurino, para seduzir, para, apesar de tudo, expressar. E no universo sexo/género tem vindo a contribuir para uma satisfação individual e coletiva.

A roupa nas suas diversas formas de apresentação, quando colocada sobre o corpo, modela-se a ele, aderindo assim à sua forma. Na trans identidade existem os indivíduos que aderem à roupa como forma de se apresentar e expor o seu género através do ato de vestir.

Para alguns indivíduos, a vivência de um género, masculino ou feminino, pode ser discordante do sexo, macho ou fémea, o que passa a ser uma questão de identidade, como no caso dos travestis e transexuais que são tratados coletivamente como parte de um grupo designado como transgéneros. A transexualidade é um aspeto da sexualidade que intima e instiga o avanço compreensivo da própria sexualidade para além da naturalização dos modelos binários para o sexo e género.

A definição segue a linha de que: transexual é o indivíduo que possui uma identidade de género diferente do sexo biológico natural e que muda a sua configuração corporal através de terapias hormonais e cirurgias de reconfiguração de género para viver e ser aceite como pertencente ao sexo oposto.

Os Transgéneros e Drag Queens encontram na moda e nas artes, um espaço de expressão, e procura por reconhecimento e aceitação das suas habilidades e talentos natos e, vida de modelo, sabemos que, não é nada fácil. É preciso dedicação, trabalho duro, controlo alimentar e emocional e, assim por diante.

Porém, quando o assunto é modelos transgéneros, a trajetória para o sucesso, infelizmente, é, ainda, mais árdua. Algumas pioneiras já conseguiram levar diversidade às passarelas, como por exemplo: Lea T., Andreja Pejic, Caroline Tula e Mônica Matarazzo, com variadas idades e profissões, além da arte de desfilar, claro.

Para a designer, modelo e influencer brasileira, Mônica Matarazzo, de 45 anos, a moda foi importante para construir o seu corpo e fazê-la identificar-se como uma mulher. Nascida em Londrina, Paraná (Brasil), aceitou-se como uma pessoa transgénero, que se sentia inadequada no corpo masculino e, aos 17 anos, percebeu que para a sua caminhada na vida ter sentido e ser uma pessoa plena, teria de encarar o maior desafio da sua vida: dar o primeiro passo rumo à mudança física e emocional.

Com apenas 19 anos, Mônica deixou Londrina, onde morou boa parte da sua vida de criança e adolescente, e rumou para o Velho Continente, carregando sonhos, conquistas e adaptação ao seu novo ser, com o qual se identificava de verdade.

Chegou à Europa em 93 e começou a trabalhar em casas de espetáculos, os antigos cabarés. Pouco tempo depois, conseguiu regularizar a sua situação e obter os documentos estabelecendo-se em Itália, em Seriate, província de Bérgamo, a 50km de Milão, capital da moda.

"Eu gostaria de mostrar que o tamanho do corpo, cor da pele ou identidade não podem ser impeditivos na carreira de ninguém, enquanto a pessoa for apaixonada pelo que faz e desejar alcançar algo neste setor", afirma Mônica.

Há alguns anos a atuar profissionalmente como modelo e designer de interiores e autodidata, Mônica tem no currículo marcas conhecidas como a 2 Rios Lingerie, por exemplo, onde a história da marca 2Rios teve o seu início nos anos 90, nascendo então um novo conceito de conforto e feminilidade em lingerie.

Com os seus produtos 100% brasileiros, produz anualmente em torno de 2,4 milhões de peças, marcando presença nacional em mais de mil lojas multimarcas e exportando para mais de 20 países, a marca apostou na modelo TRANS para ser a cara de uma das suas campanhas.

Além da marca 2 Rios Lingerie, consta no currículo de Mônica as grifes: Charlô – Grife de óculos da Ótica Família Urso de Florianópolis e Pimenta Glam Lingerie, marca paulistana.

As marcas e a moda darem esta oportunidade a uma comunidade que não é muito representada aos olhos do público é incrível e mostra o quão longe o mundo chegou, considera Mônica.

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