Com o mesmo glamour e mais acessível, o cognome de o poderoso continua a assentar-lhe na perfeição. Habituadas a observá-lo ao longe, como quem namora uma joia que reluz por de trás da montra, só com os olhos, sem tocar, a sensação que o veludo nos causa não é de estranhar. Se, por um lado, sempre o associámos aos mantos da realeza que atravessavam as cortes em séculos passados, por outro não o desligamos da opulência do estilo barroco. Nas últimas temporadas em que vimos o veludo surgir nas passerelles, o seu espírito exuberante manteve-se constante. Falamos dos longos vestidos de Gucci, em 2012, num estilo mais gótico ou dos puramente barrocos em Dolce&Gabanna, cobertos de joias encastradas que trepavam até à cabeça terminando em coroas reais.
Nesse mesmo inverno, Ralph Lauren destacou o fato, recorrendo aos tons verde esmeralda e vermelho rubi que, mais uma vez, delineavam um estilo 100% barroco, sempre numa ode desmedida ao luxo e à riqueza. Finalmente aconteceu na atual temporada, com Emilio Pucci a sair do universo majestoso do costume, simplificando o uso do fato de veludo através da eliminação das jóias a le baroque e combinando-o com cores fortes. Mais feliz e menos sério, o fato ressurge então como há tanto o desejávamos. Mais real e acessível!
A ideia brilhante é podermos usar um fato de veludo como quem usa o comum e um tanto ou quanto aborrecido fato cinzento ou, em substituição do vestido de noite, aqui idealmente recorrendo ao smoking preto. Misterioso e hiper glamoroso, é o final feliz para o conto de fadas que (também) pode ser a nossa vida. No caso dos blazers, se tiver silhueta para isso, combine-os com calças ligeiramente largas ou com umas calças de ganga slim, sobretudo se o coordenar com uma t-shirt para um look mais casual. Se for preto, o sucesso está garantido.
Texto: Pureza Fleming
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