Um estudo britânico chegou à conclusão que cerca de 40% das pessoas que usam botox expressam um desejo compulsivo de se submeter a mais intervenções. De acordo com um dos especialistas responsáveis pelo estudo, o psicólogo Carter Singh, «o botox provoca uma melhoria rápida da imagem, por isso quem recorre a ele fica viciado». Uma vez dentro desta dinâmica, é difícil sair dela, porque se quer sempre mais. As operações de estética oferecem resultados espetaculares de forma imediata, enquanto que os efeitos adversos, se existirem, só aparecem a médio e a longo prazo.

Um outro estudo, publicado em 2013, uma investigação alemã, associa ainda ao recurso a este tipo de procedimentos à felicidade. Muitos encaram mesmo a aplicação de botox e a realização de cirurgias plásticas como uma mudança de imagem que lhes permite alterar partes dos seu aspeto que não valorizam e que os entristecem. O investigador Jürgen Margraf diz mesmo existir uma correlação entre os tratamentos e as cirurgias e o aumento da autoestima.

Depois de interrogar 506 pessoas que já se tinham submetido a operações plásticas e tratamentos estéticos e de comparar as suas respostas com as de  163 que revelaram o desejo de fazer o mesmo, concluiu que os primeiros revelavam menores indícios de ansiedade, de stresse e de insatisfação corporal. O grau de autoestima e de confiança relacional da generalidade dos membros desse grupo também era maior. Paradoxalmente, a possibilidade de virem a sofrer de depressão era semelhante para ambos os conjuntos avaliados.