Se decidiu submeter-se a uma cirurgia estética, o primeiro passo já está dado. O segundo é eleger o médico adequado. Na Ultimate Beauty estamos conscientes de que esta escolha lhe levantará mil e uma dúvidas, por isso, colocámo-las, por si, a especialistas acreditados pela Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética (SPCPRE). Além de ter em conta os 10 fatores que lhe apresentamos de seguida, clique aqui para ver as desconfianças que deve ter.
1. O primeiro crivo
Para começar, elabore uma lista de possíveis bons candidatos. Deverá considerar apenas os especialistas certificados pela Ordem dos Médicos e pela Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, SPCPRE. Estas são as entidades que, em Portugal, reconhecem os médicos com formação adequada para exercer cirurgia plástica (reconstrutiva ou estética). Descarte aqueles que não sejam reconhecidos por estas entidades.
2. Verifique as suas credenciais
O título de médico ou cirurgião (conferido pela licenciatura em medicina) não é suficiente para exercer cirurgia plástica. «Os cirurgiões plásticos devidamente certificados demoram seis anos a licenciarem-se em medicina, dois anos em internato geral e devem submeter-se a mais seis anos de especialidade», reforça Nuno Ramos, cirurgião plástico do Hospital Egas Moniz, em Lisboa. Só assim poderão integrar o colégio da especialidade (cirurgia plástica reconstrutiva e estética) e exercer nesse âmbito.
É importante ter bem claro que «não há, a nível mundial, formação única e exclusivamente em cirurgia estética. A cirurgia estética é um capítulo da cirurgia plástica», explica Horácio Costa, ex-presidente da SPCPRE, atualmente presidida por Francisco Ribeiro de Carvalho.
A questão da formação é fundamental, na medida em que «uma cirurgia mal feita, por médicos não especializados, pode ocasionar complicações dramáticas, designadamente graves problemas de saúde ao paciente», sublinha Nuno Ramos. Este aspecto é, por isso, um filtro que excluirá os cirurgiões menos credíveis.
3. Defina bem o seu objetivo
A cirurgia plástica inclui duas classes de procedimentos, pelo que deverá dirigir-se ao médico que melhor cumpra as suas expectativas e necessidades:
- A cirurgia reconstrutiva serve para reparar defeitos de nascença ou causados por acidente ou doença. O seu principal objetivo é melhorar a funcionalidade das partes afectadas e é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
- A cirurgia estética é uma intervenção decidida de forma voluntária com o fim único de melhorar a aparência. Não é comparticipada pelo SNS.
Veja na página seguinte: O mais caro é sempre o melhor?
4. A experiência é um posto
Para além do título, é fundamental o treino que o médico tenha recebido e, sobretudo, há quanto tempo se dedica à especialidade. Não só deverá ter em conta os diplomas, mas também o rigor com que trata o tema e a credibilidade da documentação que apresenta. Este ponto está ligado, muitas vezes, ao preço (ainda que este não deva ser um fator determinante na escolha).
Nem sempre o mais caro é o melhor, mas não pode esquecer que uma cirurgia envolve o médico, respetiva equipa (enfermeiros, anestesiologistas e por aí fora), exames médicos, apoio pós-operatório, para além do material cirúrgico e demais infra-estruturas. E tudo isto tem um preço!
5. Como é visto pela comunidade médica
Um ponto que falará bem do seu candidato é o prestígio dentro da classe médica, o que lhe garantirá alguma segurança. Poderá tê-lo em conta segundo a sua participação em sociedades científicas, publicações médicas, atividades em congressos, docência universitária e até colaborações com os meios de comunicação social.
6. Full-time para si
O melhor médico será aquela que dedique o seu tempo por completo à especialidade, porque tal favorece o aperfeiçoamento na sua área. Trate de evitar um médico cujo âmbito profissional seja demasiado diversificado.
7. A primeira impressão conta
De uma lista de dois ou três candidatos finais, peça uma consulta inicial com cada um. Desta forma, poderá comparar personalidades, conhecimentos técnicos, preços e a capacidade para lhe explicar os possíveis riscos. Este último ponto é fundamental já que existem e é dever do médico dá-los a conhecer desde o início. Na primeira visita, deverá avaliar muitos aspetos, portanto é importante que o seu interlocutor seja o mais paciente e amável possível e lhe permita expressar todas as suas dúvidas sem deixar nada por esclarecer.
Preste atenção à empatia que estabelece com ele e tente sentir-se confortável na sua presença. Pense que uma vez escolhido o médico dará início a uma autêntica relação de confiança, pelo que se não ficar convencida, continue à procura. Ao fim ao cabo, vai confiar-lhe a sua beleza e, em última análise, a sua vida!
8. O médico e a sua equipa
Também poderá ajudá-la a decidir conhecer a equipa com que o cirurgião trabalha e o centro onde se vai realizar a operação, ainda que isso não seja imprescindível. Legalmente, em Portugal, só se pode levar a cabo uma intervenção cirúrgica num hospital ou clínica devidamente legalizados.
Veja na página seguinte: Por que é importante falar com pessoas que tenham feito a mesma intervenção
9. Todas as referências são úteis
Outra via eventualmente útil é a experiência de quem já passou pelo mesmo tipo de cirurgia. Exponha-lhes as suas dúvidas sobre como decidir em que mãos se deve entregar. Mas lembre-se que cada caso é um caso e que, em última análise, quem tem a última palavra é você.
10. Está na hora de começar
Compare todos estes aspetos e escolha. Uma vez seleccionado o seu candidato ideal, volte a visitá-lo e ponha em marcha esta grande decisão. Antes, certifique-se de que ele e a sua equipa se encarregarão do adequado acompanhamento pós-operatório e recapitule tudo o que lhe foi dito na primeira consulta.
Texto: Fernanda Soares e Cláudia Pinto
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