A seleção do cirurgião a quem vai entregar o seu corpo não pode ser feita de ânimo leve. Para que nada falhe, é primordial eleger um médico adequado. Além das perguntas obrigatórias sobre a intervenção em si, existem pormenores que podem fazer toda a diferença. Esteja atenta aos sinais e desconfie de quem afirme que só é cirurgião estético. Esta especialidade não existe. «Pode haver cirurgiões (que não cirurgiões plásticos) que têm algum treino de cirurgia estética, mas esse treino é habitualmente inadequado e fora do contexto da cirurgia plástica», alerta alerta Horácio Costa.
«São, portanto, médicos mediocramente preparados», acrescenta ainda o fundador do serviço de cirurgia plástica, reconstrutiva, maxilofacial e estética do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Procure sempre um cirurgião plástico devidamente acreditado. Um preço demasiado baixo é outro dos fatores que devem gerar desconfiança. Uma cirurgia implica um custo médio alto que deve ser contemplado. Não se deixe seduzir por saldos. O dinheiro que vai poupar será provavelmente à custa da sua saúde e do resultado final.
As promessas de um resultado perfeito também devem ser relativizadas. Há quem pinte estas intervenções sem nenhuma complicação. Um profissional sério deve proporcionar-lhe uma «explicação global e técnica rigorosa, sem ocultar-lhe os limites e riscos da intervenção», refere Horácio Costa. Tenha também em atenção os contratos que lhe propuserem. Não assine nada para além do chamado consentimento autorizado, no qual se explica todo o procedimento. Se lhe apresentarem qualquer outro tipo de contrato, não hesite em aconselhar-se junto de um especialista sobre a sua legalidade.
Desconfie também de quem lhe conte a vida de outros pacientes ou lhe dê dados pessoais dos seus doentes. Como qualquer médico, deve manter o segredo profissional a que obriga o juramento de Hipócrates. Se divulga informação pessoal de outros, também poderá fazer o mesmo consigo. E, sobretudo, desconfie de quem lhe diga que operou esta ou aquela celebridade em jeito de autopromoção. Nem sempre tais informações correspondem à verdade.
Texto: Fernanda Soares e Cláudia Pinto
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