Está provado que o método de atenção plena, ou mindfulness, é benéfico para as crianças. Tal como acontece com os adultos, ajuda-as a diminuir o grau de stress, a melhorar o humor e a gerir as emoções. O problema é conseguir mantê-las quietas durante muito tempo.
A editora-chefe da Today’s Parent, Jill Buchner, pediu a Anna Lozano e Lindy Sood, instrutoras de mindfulness e co-fundadoras da Love Powered, alguns conselhos para os pais ajudarem as crianças a praticar a atenção plena. Aqui estão:
1. Exercício de respiração
Se nunca meditou antes, fique a saber que não é assim tão complicado. Basta sentar-se e concentrar-se nos sons e movimentos da sua respiração. Para envolver a criança, Anna Lozano sugere arranjar travesseiros coloridos e pôr a tocar uma música suave para ajudá-la a envolver-se. “A ideia é criar um espaço de paz e levar a criança a imaginar o que vai acontecer a seguir”, diz Anna Lozano. Que adverte: “Comece por lhe pedir que finja estar a cheirar algo delicioso, por exemplo um bolo de chocolate acabado de fazer, enquanto inspira profundamente. A seguir finjam que estão a soprar velas enquanto expiram”. Para começar, se fizeram isso 10 vezes já é bom. Depois, vão aumentando o número de inspirações e expirações, e recomende à criança que se concentre no movimento da sua barriga a subir e a descer.
2. Faça um passeio pela natureza
Todos os dias, Lindy Sood leva os filhos para uma caminhada depois da escola. E diz que isso não só lhes permite respirar ar fresco e beneficiar das endorfinas que são libertadas com o exercício que praticam, mas também lhe ensina a focarem-se no presente. “Mindfulness é explorar o momento presente e estar consciente do seu efeito nos sentidos”, constata a norte-americana. Nestes passeios, Lindy Sood pede aos filhos que escolham três ou quatro elementos da natureza. “Quando encontram uma folha, por exemplo, todas a tocamos, cheiramos e falamos sobre essa experiência. Tentamos explicar o que aquilo nos faz sentir. Para eles, isso é divertido e permite-lhes desligar do stress do dia e do que ainda está para vir”.
3. Invente um mantra da felicidade
Há boas razões para começar o dia com uma declaração positiva ou usar um mantra quando se sentir mais ansioso. “As palavras que estamos a usar e que escolhemos para enfrentar momentos mais complicados são tão importantes para a forma como nos sentimos como para o sistema de crenças que geramos”, garante Anna Lozano. Todos os dias, quando ela acorda a sua filha e a prepara para a escola, as duas repetem a frase: “Eu sou saudável, sou forte, sou amável, sou feliz”.
4. Fale sobre gratidão
“É provável que tenha ensinado o seu filho a dizer automaticamente ‘por favor’ e ‘obrigado’, mas alguma vez o estimulou a expressar a verdadeira gratidão?”, questiona o artigo da Psychology Today. Na casa de Lindy Sood, antes de cada refeição, a família nomeia uma coisa pela qual se sente grata. “Pode ser o tempo passado com um amigo ou membro da família ou outra situação que aconteceu naquele dia. No início, as respostas podem não ser exatamente profundas, mas ao ouvir as expressões de gratidão dos pais, as crianças começarão a aprender a importância de valores como a saúde ou a família”.
5. Abrace todos os sentimentos
Qual é a criança que nunca fez uma birra? “Uma parte de estar atento é aprender a aceitar os sentimentos sem os julgar, e isso é algo que os pais precisam de trabalhar”, aconselha Lindy Sood. “Se os miúdos estão chateados, é deixá-los estar. Não tente fazê-los meditar no meio de uma birra; isso não vai funcionar e pode parecer um castigo. Ensine-o a respirar fundo algumas vezes para acalmar. Depois, com eles mais calmos, fale sobre o que estão a sentir e explique-lhes que da próxima vez era bom tentarem evitar a espiral de emoções negativas. Por fim, esteja você mesma calma e não idealize. Parte da atenção plena é praticar o que se prega. Quando temos expectativas, estamos a viver no futuro e isso tira-nos do momento presente”, explica Lindy Sood, rematando: “Se quer que o seu filho pratique a atenção plena, tente não pensar e deixe apenas acontecer. Ele aprenderá mais com essa atitude de flutuar do que se o tentar forçar a algo”.
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