Para além de todos os requisitos legais exigidos a cada tipo de Instituição, e que devemos assegurar estarem a ser cumpridos - como seja o nº máximo de crianças por sala ou o nº de funcionários necessários em cada uma (dados que poderão consultar no site da segurança social), muitos outros aspetos devemos ponderar.
Abaixo seguem algumas dicas cuja ordem de importância deve ser lida de forma transversal e não hierárquica:
- Dedicar tempo à procura. Certamente terei maior probabilidade de encontrar o que vá de encontro às minhas necessidades se procurar atempadamente;
- Visitar o maior número possível de locais. Só assim poderei estabelecer termos de comparação e até eventualmente ficar alerta para pormenores que não havia pensado antes;
- Procurar locais menos óbvios. Existem espaços que, quer pela sua localização quer pela sua dimensão, têm menos visibilidade/notoriedade - o que não é equivalente a serem menos interessantes ou a escolha menos acertada;
- Ter em conta a idade da criança é fundamental. Aos 6 meses procuro que o meu bebé seja bem cuidado....e aos 3 anos? Aí a parte pedagógica e de desenvolvimento assume outro papel....cada etapa é única! Por isso, se adoram um local para o vosso bebé mas não o acham assim tão bom para mais tarde, calma.....o importante é a etapa presente. Depois terão certamente tempo de voltar a procurar ou, pelo contrário, mudar a vossa opinião acerca da Instituição em questão;
- Ter em conta a higiene do espaço. Este não é um aspecto menor, já que contribuirá de forma decisiva para a saúde dos nossos filhos, bem como para a aquisição dos seus hábitos pessoais. Estejam atentos aquando das vossas visitas;
- Prestar atenção à forma como todos interagem com as crianças, não só com o vosso filho (caso o tenham levado). Uma Instituição não é feita só por educadores; existe um vasto conjunto de outros elementos fundamentais para o bom desempenho da Instituição, e cuja forma de estar nos poderá dar mais alguma informação acerca da filosofia da mesma;
- Perguntar como é habitualmente a acessibilidade às salas das crianças. Todos certamente querem poder aceder aos vossos filhos a qualquer hora... mas de que forma? Sempre? Em situações excecionais? Pensem que se vocês podem entrar na sala onde decorre a sesta todos os outros pais o poderão fazer também. Será mesmo assim que quereremos que funcione?
- Visitar o local da vossa preferência mais do que uma vez. Realizem pelo menos duas visitas, em diferentes horas, para assim terem uma visão mais abrangente da Instituição. Se possível, façam-se acompanhar de alguém mais experiente que possa dar-vos uma visão mais imparcial;
- "Eu sempre ouvi falar muito bem do sítio X e por isso o meu filho vai para lá." Por vezes também surgem surpresas menos positivas: não termos oportunidade de colocar os nossos filhos no sítio que idealmente pretendíamos, seja porque afinal não corresponde ao esperado, seja por lotação esgotada, seja porque afinal não está ao nosso alcance financeiro … enfim, uma frustração! O que fazer? Voltar à estaca zero e fazer mais, ver mais, pesquisar mais, voltar a dedicar tempo à procura. Essa é sempre a solução. Com calma e o mais antecipadamente possível;
- "Fomos visitar uma Instituição, apesar de ficar um bocadinho fora de mão, e ficamos fascinados! É mesmo aquilo!....mas a localização não é a ideal....". Mais uma frustração! Pensem bem: esse "fora de mão" é MUITO fora de mão? Estará essa Instituição no raio das pessoas que vos poderão servir de suporte? Terá essa Instituição meios de vos fazer chegar os vossos filhos através de transporte escolar? Se é para vocês o sítio ideal, há que tentar encontrar soluções: percorrer mais meia dúzia de quarteirões, não será tão negativo quanto possa parecer à primeira vista se daí advier a nossa calma e serenidade em relação ao bem-estar dos nossos filhos.
Assim a que escolha estiver feita, concentrem-se na ajuda aos vossos filhos.
Assim que escolha estiver feita, concentrem-se na ajuda aos vossos filhos.
Para eles tudo é mais fácil quando nos sentem seguros. Os pais são a força!
Ao deixá-los na Instituição, não hesitem, não dificultem a despedida, apoiem-nos no seu processo de autonomia....isso fará deles adultos mais equilibrados.
P.S. - Contudo, tenham alguns lenços de papel no bolso, ou no tablier.....:)
Joana Freitas, Educadora Social Responsável pelo D’Barriga
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