O estudo, realizado por uma equipa de investigadores franceses e norte-americanos, comparou o tempo gasto por 13.520 jovens a jogar videojogos com as suas atitudes em relação às mulheres e aos papéis de género.
Os resultados, publicados na sexta-feira na revista Frontiers in Psychology, sugerem que o aumento da exposição aos videojogos está associado a níveis mais altos de estereotipagem e sexismo entre os adolescentes, principalmente entre os meninos.
"As representações sexistas saturam a publicidade, a televisão e o cinema, e os videojogos não são exceção", disse à agência de notícias France Presse o coautor do estudo Laurent Begue, da Universidade de Grenoble.
Mulheres como objeto secundário
"A análise de conteúdo mostrou que as mulheres estão sub-representadas em videojogos populares. Elas têm papéis passivos, são princesas que precisam ser salvas ou objetos secundários e sexualizados de conquista", acrescentou. Embora as mulheres sejam as principais vítimas dos estereótipos, os homens também são afetados, sendo retratados como "mais ativos, armados e musculados".
A pesquisa envolveu meninos e meninas de 11 a 19 anos, residentes nas cidades de Lyon e Grenoble, e cujo tempo de jogo variava de uma a 10 horas por dia.
Os investigadores da Universidade Savoie Mont Blanc, em França, e da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, também colaboraram no projeto.
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Experiências anteriores mostraram que jogar videojogos específicos por alguns minutos pode reforçar atitudes sexistas, mas o novo estudo é a primeira análise de larga escala do fenómeno entre os adolescentes.
Begue adverte que, apesar da ligação "estatisticamente significativa" entre sexismo e videojogos, a influência destes jogos nas atitudes dos adolescentes é limitada.
O fervor religioso é um determinante maior do sexismo, observaram os estudiosos. A televisão, por outro lado, teve um impacto menor do que os videojogos.
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