De acordo com Marina Leitão, responsável da Associação de Solidariedade Social Recreio do Caramulo, as meninas, com idades entre os 12 e 18 anos, foram levadas por três técnicas da Segurança Social no passado dia 13 de julho, para depois serem encaminhadas para outras instituições.

"Não sabemos o porquê e neste momento continuamos sem saber nada. Já pedimos por escrito que [a Segurança Social] nos explicasse a causa da retirada", acrescentou.

Contactado pela agência Lusa, o Ministério Público confirmou que "há um processo de inquérito a correr no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Tondela" relacionado com a retirada das jovens do Recreio do Caramulo.

A responsável, que está na instituição há cerca de um ano, disse ter ficado "muito surpreendida" com esta decisão da Segurança Social, que poderá estar relacionada com a atuação de uma funcionária.

"Não estava à espera, nem eu nem ninguém dos corpos sociais. Nunca houve qualquer queixa por parte das meninas, por isso, entendemos abrir um inquérito interno para averiguar o que se passou, ficando a técnica em causa suspensa preventivamente", revelou.

Marina Leitão explicou que, em reunião da direção, foi decidido "averiguar a verdade", nomeando uma advogada externa para encetar um inquérito de averiguações e "perceber o que se passou".

"Também comunicámos ao Ministério Público que três técnicas da segurança Social nos vieram retirar as jovens que estavam entregues à nossa responsabilidade", informou.

A Lusa solicitou por escrito esclarecimentos à Segurança Social de Viseu, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A casa de acolhimento da Associação de Solidariedade Social Recreio do Caramulo destina-se a crianças e jovens oriundas de meio familiar disfuncional e/ou com carências que afetam o normal desenvolvimento das mesmas. O seu acolhimento é de duração superior a seis meses.

A Associação de Solidariedade Social Recreio do Caramulo possui ainda outras valências, nomeadamente a creche, jardim-de-infância e serviço de apoio domiciliário.