Denominado de "Avaliação e autoperceção antropométrica de crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico das Escolas do Município de Valongo", o estudo abrangeu 481 alunos dos 3.147 inscritos, num total de 29 turmas, tendo decorrido entre 23 de abril e 18 de junho de 2018.

Resultado de um contrato entre o Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU) e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), em parceria com a Câmara de Valongo, o estudo concluiu ainda que 40% dos alunos apresenta excesso de peso.

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Distribuído por sexos, são as raparigas quem apresenta maior prevalência de excesso de peso (41%), enquanto os rapazes se ficam pelos 35,7%, revelou o investigador e professor da FCNAUT, Rui Poinhos.

A investigação avaliou variáveis como os "dados antropométricos (peso e estatura), dados pessoais (sexo, idade e perceção da composição corporal) e dados sociodemográficos (escola, turma, ano de escolaridade, nível de escolaridade dos pais e número de irmãos)", acrescentou.

Outro “dado preocupante" para Rui Poinhos é o de que "uma em cada oito crianças indica uma imagem desejada correspondente a magreza" e que "cerca de um sexto das que apresentam excesso de peso desejam uma imagem igual à atual".

E com os dados recolhidos a apontar para "uma elevada proporção de crianças com sobrepeso ou obesidade", o investigador recomenda "estratégias de prevenção e intervenção abrangentes, nomeadamente de âmbito escolar".

O presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, afirmou que o município "tem vindo a fazer uma série de investimentos" em várias áreas, mas também ao "nível do comportamento alimentar no 1.º Ciclo", tendo "há cerca de três anos sido substituída a proteína animal pela vegetal nas escolas", num investimento que versou também a "redução do sal e do açúcar".

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"O primeiro passo para resolver um problema é assumir que ele existe e a obesidade infantil é uma espécie de retrocesso civilizacional", frisou o autarca para quem "não é fácil identificar o que falhou", salientando o facto de se viver "numa sociedade consumista", onde é "mais barato comer comida de plástico do que fazer uma alimentação saudável".

Reconhecendo a existência de "um conjunto de mensagens diárias no sentido de as crianças verem a magreza extrema" como o "ideal para se inserirem socialmente", vincou que isso "não é algo que dependa dos municípios ou da vontade dos professores" dada a "dimensão societal, tecnológica e mediática" que detém.

"Este estudo reforça o que sabíamos e diz-nos para continuar neste caminho e aprofundar mais", concluiu José Manuel Ribeiro.