O estudo, que consistiu em inquéritos realizados junto de professores das 51 escolas do ensino básico do concelho, entre o 1.º e o 9.º ano de escolaridade, analisou o período do ano letivo completo entre 2011 e 2012 e o seguinte, até à pausa letiva da última Páscoa.

 

"Até 2012 saíram 52 crianças, que emigraram com os pais, e no ano letivo seguinte, até março de 2013, mais 75. A tendência que foi identificada é de agravamento, porque algumas crianças ficaram, para terminarem a escola, e só no final do ano letivo é que se vão juntar aos pais, no estrangeiro", disse à agência Lusa a vereadora da Educação na Câmara de Viana do Castelo.

 

Segundo Maria José Guerreiro, este estudo, promovido pela autarquia, concluiu que a maior prevalência dos casos de emigração, num universo de 5.000 estudantes do ensino básico do concelho, verificou-se no primeiro ciclo, até ao 4.º ano de escolaridade.

 

"O principal país de destino destas crianças e das suas famílias, destacadíssimo, é a França. Mas temos também para Suíça, Luxemburgo, Alemanha e Canadá. Mais remotamente para Angola, Moçambique, Reino Unido, Andorra, Austrália e Noruega", explicou ainda a autarca.

 

A realização deste estudo, acrescentou Maria José Guerreiro, surgiu da necessidade de apurar o efeito do peso da emigração na população escolar do concelho, devido à crise e ao desemprego que se faz sentir também na região.

 

"Queríamos perceber a dimensão deste abandono escolar por efeito de emigração dos encarregados de educação e a conclusão que obtivemos é bastante superior àquilo que pensávamos estar a acontecer. São números preocupantes e que tendem a agravar-se nos próximos meses, até ao arranque do próximo ano letivo", admitiu a vereadora.

 

Lusa