Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que a Bragahabit tem a haver mais de 30 mil euros de refeições em atraso e sublinhou que “quem pode pagar, tem de pagar”.

Para Hugo Pires, trata-se de um caso de “insensibilidade social”, já que "as crianças não podem ser tratadas como números".

Admitindo que o orçamento municipal “não estica”, acrescentou que é preciso fazer escolhas.

“Se o PS tivesse que pôr em cima da mesa uma grande ‘Noite Branca’ ou um apoio às famílias ou crianças mais carenciadas, não teria dúvidas do que escolheria”, apontou.

O socialista aludiu a escolas em que a lista dos devedores é afixada à porta e as refeições são negadas às crianças.

“É um assunto muito complexo, muito delicado”, disse ainda aquele vereador socialista, lembrando que a pandemia de covid-19 veio agravar ainda mais a situação de muitos orçamentos familiares.

Segundo Hugo Pires, nos casos em que as refeições são geridas pelas juntas de freguesia, estas acabam por assumir os respetivos custos, para que nenhum aluno fique sem refeição.

O presidente da Câmara contrapôs que, numa recente reunião com o administrador da Bragahabit, ficou decidido que a empresa irá notificar todos os pais em incumprimento, informando-os que, caso estejam em situação para que o seu escalão seja revisto, poderiam beneficiar, retroativamente, da respetiva redução ou isenção.

Caso contrário, têm de pagar, “sob pena de os seus filhos não poderem receber” a refeição.

“Isto não é insensibilidade social, é a verdadeira justiça social. Quem não pode pagar, não paga. Quem pode pagar, tem de pagar. Se não pagar, está a prejudicar as outras famílias que não têm condições para o fazer”, acrescentou Ricardo Rio.

O presidente do município disse ainda que não conhece "a prática que é adotada" em cada uma das escolas face ao incumprimento por parte dos pais.