“Há mais informação. [Os jovens] estão mais familiarizados, quer da parte do agressor, quer da parte da vítima. Embora não se dê muita importância, ou não se queira pensar que é [caso de bullying]. É como um viciado que não quer acreditar que está viciado, daí a ajuda externa, mas os jovens já têm a noção do que está mal, do que deve ou não deve ser” feito, declarou Jorge Ascensão em declarações à agência Lusa.
Apesar de reconhecer que o ‘bullying’ ainda pode ser confundido com violência, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais explicou que toda a sociedade, bem como os jovens, estão já mais bem informados e com “consciência do fenómeno”, o que facilita o trabalho de prevenção.
No Dia Mundial do Combate ao Bullying, Jorge Ascensão defendeu ainda a necessidade de um reforço dos meios necessários para a prevenção e apoio às vítimas destes fenómenos nas escolas.
“Há que continuar a reforçar as equipas de técnicos especializados que possam trabalhar nas escolas, com as escolas e com as famílias para ter as condições necessárias para desenvolver o trabalho educativo”, defendeu.
Jorge Ascensão adiantou ainda que a CONFAP e outras associações de pais têm vindo a realizar ações de formação e sensibilização sobre o fenómeno para as famílias e profissionais de educação.
“Por vezes passa despercebido às próprias famílias e profissionais de educação aquilo que podem ser sinais de ‘bullying’. Uma das ações que deve começar a ser feita e intensificada é a formação e sensibilização para a questão”, explicou.
Segundo o estudo da Unicef sobre a violência contra crianças “Escondido à vista”, com base em dados de 190 países, uma em cada três adolescentes com idades entre os 13 e os 15 anos, em todo o mundo, são regularmente vítimas de ‘bullying’ na escola.
Para assinalar a data, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) associou-se também ao jovem cantor D8, que vai lançar uma música sobre o tema com o título “Vais conseguir”, que fala do que é ser vítima de ‘bullying’ e como é conviver com essa situação no dia-a-dia de uma escola.
A APAV desenvolveu a campanha "Corta com a Violência", salientando que “o combate ao ‘bullying’ não é uma tarefa de um dia nem de algumas pessoas, mas de todos os dias e de todas as pessoas”.
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