
"Para os pais, estes meses são meses difíceis. Estamos praticamente no final do ano e avança o esquecimento, avança a indiferença em relação à apresentação com vida dos 43 [jovens], e por isso eles decidiram realizar uma caravana", disse o advogado dos pais, Vidulfo Rosales, à agência de notícias espanhola Efe.
A iniciativa, com o nome "Caravana + 43 para memória e esperança", começou com uma série de atividades na escola para professores de Ayotzinapa "Raúl Burgos Isidro", onde realizaram um evento cultural.
O advogado adiantou que, na quarta-feira, será colocada uma coroa de flores no local onde morreram três alunos, em Iguala. No dia seguinte, a caravana seguirá para Taxco, também em Guerrero, realizar um ato político com várias organizações. "Aqui estão os pais e mães dos 43 jovens desaparecidos. Passam quase 27 meses sobre o desaparecimento forçado e a nossa exigência é que os apresentem com vida. O governo mexicano mentiu-nos", disse em conferência de imprensa Cristina Bautista, mãe de Benjamin, de 19 anos, que desapareceu naquela noite.
No dia de Natal, a marcha dos pais vai entrar na Cidade do México por Tlalpan, no sul da capital, onde serão recebidos por organizações da sociedade civil. "No dia 26 começará uma procissão" até à Basílica de Guadalupe, onde será realizada "uma missa pela esperança", disse Rosales.
De acordo com a versão oficial, na fatídica noite de 26 de setembro de 2014, seis pessoas morreram e 43 estudantes desapareceram, alegadamente às mãos de polícias e membros do crime organizado, em Iguala.
No entanto, peritos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que estudam o caso desde março passado questionaram esta versão e uma unidade especial do Governo encontra-se a anaisar outros aspetos da investigação para apurar a verdade sobre os acontecimentos.
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