Em declarações aos jornalistas, João Soares, um dos pais, depois de ter lido uma extensa carta aos vereadores da Câmara Municipal de Braga, explicou que os alunos têm aulas em contentores “há quase dois anos”, que os quartos de banho não são apropriados para crianças, que há humidade nos referidos contentores e falta de sombra para as crianças brincarem.

Em resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM), garantiu “empenho” para resolver a questão, salientando que falta apenas o visto do Tribunal de Contas para avançar com a obra, mas os vereadores da oposição acusaram o autarca de “sacudir a água do capote” e de falta de “humanismo” na abordagem da questão.

“Viemos exigir melhoramentos a nível da escola. Como a inserção de desumidificadores, melhorias nos quartos de banho, em muitos casos chegar aos interruptores é difícil, são contentores para adultos e não crianças, falta de sombras”, enumerou o encarregado de educação.

João Soares questionou o porquê de terem retirado as crianças do edifício antes de começarem as obras porque, disse, “apesar do amianto, apesar dessa questão, os próprios professores estavam muito melhores instalados no antigo edifício do que nos contentores”.

Os pais consideram que o atraso nas obras, devido à reclamação de um dos eliminados no concurso público para adjudicação da intervenção e ao atraso no visto do Tribunal de Contas, não é aceitável. “Um ano é aceitável, dois anos começa a ser incomodativo, chegarmos ao terceiro ano é caso para dizer basta”, salientou.

Do lado da oposição no executivo, o vereador comunista, Carlos Almeida, apontou o dedo à maioria: “A câmara não pode sacudir a água do capote, dizer que [o atraso] é processual, que não esperavam. O planeamento faz parte da execução das obras por parte dos municípios e, portanto, aquilo que são atrasos devem estar previstos porque podem acontecer em qualquer concurso”, disse.

Quanto ao PS, Miguel Corais referiu que “as crianças merecem outro tipo de consideração” e que é preciso “olhar para estas questões com uma visão mais humanista”, dizendo que Ricardo Rio devia ter outra postura. “Condenamos claramente o senhor presidente da câmara por não pedir desculpas”, disse.

Ricardo Rio garantiu que a câmara está a tratar do assunto: “Estamos tão empenhados quanto eles em que a situação seja resolvida e que no próximo ano letivo o edifício esteja a fusionar em pleno”, assegurou.

A previsão para a execução da obra é de oito meses.