Investigadores do Reino Unido identificaram proteínas no sangue que poderão ser utilizadas para prever o risco de pré-eclampsia que as mulheres apresentam na sua primeira gravidez, refere um estudo publicado na revista Molecular and Cellular Proteomics.
A pré-eclampsia é uma complicação da gravidez caracterizada pelo aumento da pressão arterial e pela presença de determinadas proteínas na urina da mulher. Em alguns casos, pode tornar-se uma doença séria tanto para a mãe como para o bebé, o que leva muitas vezes à necessidade da realização de um parto prematuro.
Neste estudo, os investigadores da Universidade de Manchester e dos Hospitais Universitários de Manchester Central analisaram amostras que tinham sido colhidas durante a décima quinta semana de gestação, antes de estar presente qualquer sinal da doença. Foram identificadas as proteínas presentes nas mulheres que tinham desenvolvido pré-eclampsia e aquelas que tinham tido uma gravidez sem este tipo de alterações.
Três destas proteínas foram analisadas num estudo de maiores dimensões, no qual foi utilizado um novo método capaz de medir os níveis de várias proteínas simultaneamente. Duas das proteínas, que não tinham sido previamente associadas ao risco de pré-eclampsia, mostraram ser pelo menos tão boas a prever o risco desta condição, quanto o melhor marcador atualmente utilizado. Estes dois potenciais marcadores são denominados por glicoproteína específica da gravidez 5 e 9.
«Esperamos que estes dois marcadores possam, no futuro, beneficiar as mulheres em risco de pré-eclampsia de forma a permitir uma intervenção precoce e um melhor acompanhamento. Também esperamos perceber melhor a biologia da doença, determinando por que motivo estas proteínas se encontram em concentrações mais elevadas nas mulheres com pré-eclampsia e também se estas estão envolvidas no desenvolvimento da placenta», revelou Jenny Myers, uma das autoras do estudo, em comunicado de imprensa.
Neste estudo, «desenvolvemos também métodos capazes de identificar e começar a validar os marcadores reais da doença em amostras de sangue, mesmo antes dos sintomas se terem desenvolvido. Esperamos também continuar a aplicar estes métodos noutras doenças, como a diabetes, doença de Alzheimer ou acidente vascular cerebral», conclui Richard Unwin, um dos coordenadores do estudo.
Maria João Pratt
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