Curiosidade sexual e jogos eróticos. Estes são os dois aspetos mais polémicos do programa do governo de Navarra destinado à educação para a igualdade e à educação sexual afetiva infantil, que está a ser promovido naquela província de Espanha. Batizado como Skolae, e destinado a crianças até aos 6 anos, faz referência à “curiosidade sexual” e a “jogos eróticos infantis”, o que despertou fortes protestos de associações de famílias católicas e da oposição.
O Conselho de Educação argumenta que se trata de uma mera definição científica, mas o sector do centro direita do parlamento provincial e da Confederação Católica de Pais iniciaram uma campanha de oposição contra o Skolae. “É uma aberração e um escândalo querer colocar na cabeça das crianças a ideologia do género”, afirmou Ana Beltrán, do PP, citada pelo El Pais. Por seu turno, o líder do UPN, Javier Esparza, assegura que o Skolae procura “impor uma forma única de compreender a igualdade de género e a sexualidade”. A estas críticas juntou-se o Fórum da Família, cujo delegado em Navarra, José Antonio Suanzes, assegura que o programa quer “sequestrar ideologicamente as crianças, ignorando os direitos dos pais”.
A conselheira para a Educação navarra, María Solana, defende o programa e considera que “o que deveria desinstalar-se da cabeça de alguns dirigentes políticos é precisamente uma ideologia específica de género”, referindo-se às críticas do PP.
O aspeto que os opositores mais têm enfatizado diz respeito, precisamente, às referências sobre “curiosidade sexual” e “jogos eróticos infantis” neste programa para crianças até aos 6 anos. Maria Solana explica que este conceito se destina a ser adaptado a material pedagógico para descrever “algo tão simples como conhecer o próprio corpo ou os clássicos jogos de mães e pais”. O Conselho de Educação de Navarra observa que o programa está protegido por várias leis e salienta que o Skolae reflete as diretrizes da UNESCO, bem como as linhas estratégicas do Ministério da Saúde espanhol.
Comentários