Cidália Chauque, que falava durante lançamento da Estratégia Nacional de Luta contra os Casamentos Prematuros, citada pela Agência de Informação de Moçambique, disse que, entre os dez países mais afetados, sete são africanos.

Dados do Inquérito Demográfico e de Saúde indicam entre as mulheres atualmente entre os 20 e 24 anos, 48% casaram-se antes dos 18 anos e 14% antes dos quinze.

"Os casamentos prematuros são uma violação dos direitos das crianças e têm consequências graves para o desenvolvimento da sociedade como um todo", declarou a ministra, acrescentando que o Governo moçambicano tem envidado esforços para combater este problema.

Como forma de combater os casamentos prematuros, prosseguiu Cidália Chauque, o Governo quer adotar uma legislação que proteja mais a rapariga, além da ratificação das convenções regionais e internacionais sobre os direitos das crianças e das mulheres.

Estas medidas serão adotadas em consonância com as estratégias de sensibilização, como forma de aumentar a consciência das famílias, líderes religiosos e tradicionais no seio das comunidades.

O alto índice do analfabetismo e fatores culturais são apontados como as principais causas dos casamentos prematuros em Moçambique.

Os costumes, em muitos casos, têm legitimado os casamentos prematuros, na medida em que, em algumas províncias, antes mesmo do nascimento, a rapariga é prometida a um homem por vários motivos, entre os quais o pagamento de uma dívida ou como preço por serviços prestados por um médico tradicional.

Nas zonas mais recônditas, a participação da mulher nos processos decisórios ainda é um desafio em Moçambique e o Governo tem adotado políticas de inclusão como forma de responder à situação, facilitando, por exemplo, o seu acesso à educação.