Joy Lawn, professora na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, na Grã-Bretanha, afirma que o «método canguru», um cuidado intensivo nada caro, é a chave para os bebés prematuros.

 

A especialista também diz que «A perceção é de que é necessário tratamento intensivo para bebés pré-termo. Mas 85 por cento dos bebés nascem seis ou menos semanas antes do tempo e só precisam, efetivamente, de ajuda para se alimentarem, que a sua temperatura seja controlada e que estejamos atentos a potenciais infeções. É realmente apenas antes das 32 semanas que os pulmões são imaturos, o que conduz à necessidade de ajuda para respirar.»

 

Joy Lawn acrescenta «A não ser que haja problemas respiratórios, o método canguru é mesmo melhor pois promove a amamentação e reduz o risco de infeção.»

 

Em declarações a propósito do Dia Mundial da Prematuridade, que se assinala no próximo dia 17, o secretáiro-geral da ONU, Ban Ki-Monn, que lidera o movimento Every Woman Every Child (Todas as Mulheres, Todas as Crianças), que promove melhorias no acesso à saúde de mulheres e crianças, afirmou «Três quartos do milhão de bebés que morrem todos os anos de complicações associadas à prematuridade poderão ser salvas com intervenções eficazes de baixo custo, mesmo sem instalações de cuidados intensivos neonatais.»

 

Os 15 milhões de bebés que nascem todos os anos antes das 37 semanas de gestação ascendem a 10 por cento do total de doenças do mundo todo e um milhão desses bebés acaba por morrer. Dos que sobrevivem, pouco menos de 3 por cento têm deficiências moderadas ou graves e 4,4 por cento têm deficiências leves.

Riscos da gravidez

Os estudos que serão publicados neste fim de semana na revista Pediatric Research mostram que os rapazes são 14 por cento mais propensos a nascer prematuramente – e os rapazes que são prematuros são mais propensos a morrer ou a terem alguma deficiência do que as raparigas. As deficiências mais comuns incluem distúrbios de aprendizagem e paralisia cerebral.

 

Joy Lawn diz que «Uma explicação parcial para mais nascimentos prematuros entre os rapazes é que as mulheres grávidas com de rapazes estão mais propensas a ter problemas de placenta, pré-eclâmpsia e tensão alta». Acrescenta que: «Os bebés têm uma maior probabilidade de infeções, icterícia, complicações no parto e problemas congénitos, mas o maior risco para os rapazes é mesmo o nascimento prematuro. Em dois bebés nascidos com o mesmo grau de prematuridade, um rapaz terá um risco maior de morte e incapacidade quando comparado com uma rapariga.»

 

«Mesmo no útero, as raparigas amadurecem mais rapidamente do que os rapazes, o que proporciona uma vantagem, porque os pulmões e outros órgãos estão mais desenvolvidos», conclui a especialista. 

 

 

Maria João Pratt

 

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