O lar, que é "uma das mais importantes e necessárias obras públicas do concelho", vai "dar resposta a uma necessidade identificada há muitos anos pelo Conselho Local de Ação Social", disse hoje à agência Lusa Jorge Rosa, presidente da Câmara de Mértola, no distrito de Beja.

O projeto, que começou a ser pensado em 2005, já teve "vários percalços, mas finalmente vamos lançar a obra para colmatar uma necessidade cada vez mais evidente", disse, referindo que o município já adjudicou a empreitada e as obras deverão começar "em breve" e durar 15 meses.

Segundo o autarca, o novo equipamento, designado Lar das Cinco Freguesias e que terá valências de lar, centro de dia e apoio domiciliário, "vai permitir dar uma resposta social muito mais eficaz" aos idosos do concelho.

Sobretudo aos residentes nas cinco freguesias do sul do concelho de Mértola que estiveram na origem do projeto e do nome, ou seja, as de Espírito Santo e S. João dos Caldeireiros e as três que, atualmente, compõem a União das Freguesias de S. Miguel do Pinheiro, S. Pedro de Sólis e S. Sebastião dos Carros. No entanto, o lar, que tem capacidade para 61 utentes, depois de assegurar as necessidades daqueles residentes, poderá também alojar idosos de outras zonas de Mértola e de outros concelhos.

Por outro lado, o lar, que vai permitir criar entre 25 a 30 postos de trabalho, "um número muito importante para o concelho", também é um projeto "interessante" para criar dinâmica económica e emprego e fixar pessoas e combater o despovoamento, frisou. Segundo a Câmara de Mértola, o lar será composto por dois pisos e terá 18 quartos individuais e 21 duplos, uma sala de enfermagem, salas de convívio, um refeitório, instalações sanitárias adaptadas a pessoas com mobilidade condicionada e espaços exteriores.

De acordo com Jorge Rosa, quando o projeto começou a ser pensado, há mais de 10 anos, as cinco freguesias do sul do concelho agruparam-se e criaram uma associação para construir e depois gerir o lar. "Mas, por vários motivos, tal não foi possível e o município assumiu todo o processo e vai construir o lar", cujo modelo de gestão ainda não está definido, "mas, seja ele qual for, terá sempre a participação das cinco freguesias que estiveram na origem do projeto e do município", disse.

A Câmara de Mértola contraiu um empréstimo bancário de dois milhões e 750 mil euros, dos quais um milhão e 500 mil euros vão servir para financiar parte da construção do lar, sendo o resto financiado por fundos próprios do município, que pretende candidatar a obra a cofinanciamento comunitário.