Mais de 48.600 alunos da Madeira regressam dia 17 às escolas para mais um ano letivo que fica marcado pela implementação de um projeto para aferir da qualidade de todo o sistema educativo regional e pela exclusão de 180 professores.

 

“Queremos que o sistema educativo da Madeira ofereça um serviço de qualidade que tem de refletir-se nos resultados em sede de exames nacionais”, disse hoje o secretário da Educação e Recursos Humanos, Jaime Freitas, na conferência de imprensa para apresentação do novo ano letivo.

 

Defendendo a necessidade não só de avaliar os professores, “mas todo o sistema educativo”, o governante anunciou que “será lançado este ano um sistema para aferição da sua qualidade”, o que passa pela criação de um grupo de trabalho que fará “a avaliação externa” também das escolas e dos serviços, “num processo longo e complexo, transparente quanto às práticas e finalidades” dessa análise.

 

O responsável insular referiu que o novo ano letivo será frequentado por 48.620 alunos, menos 1.504 que em 2013, que ocuparão 292 estabelecimentos de ensino no arquipélago, apoiados por mais de 5.584 docentes e 2.686 funcionários.

 

Sobre a situação dos professores, Jaime Freitas salientou que a aposta é na “estabilidade na organização escolar”, defendendo ser preciso “acabar com a situação escandalosa da precariedade laboral” dos docentes.

 

“Por isso, avançamos com um concurso extraordinário” que permitiu a contratação de 715 docentes, que passaram a integrar os quadros das escolas, “representando 50 por cento do universo dos contratados que entram por vinculação”, adiantou.

 

O governante acrescentou que existe possibilidade do governo madeirense contratar ainda mais 490, apontando que cerca de “180 não terão oportunidade de ver renovados os seus contratos”.

 

Jaime Freitas apelou também à “maior envolvência e empenho das famílias na vida escolar”, realçou o lançamento de um projeto de capacitação de alunos, destinado a estudantes com taxa de repetência e insucesso e do “conjunto de ofertas formativas, uma panóplia abrangente de respostas, adequadas a casa cidadão”.

 

O governante mencionou como inovação na região a implementação do ensino vocacional em dois estabelecimentos de ensino e destacou que o executivo ”vai continuar a apoiar o ensino particular, tendo inscrito no Orçamento Regional 25 milhões de euros” para este setor.

 

Jaime Freitas apontou as várias modalidades de inclusão colocadas em prática em diversos estabelecimentos de ensino para ajudar alunos com deficiências.

 

O responsável sublinhou ainda a introdução de componentes regionais nos currículos e a atenção nas necessidades sociais dos alunos no atual contexto de crise, tendo o governo regional impedido através de portaria a atualização de mensalidades e de outros serviços, ajustando o regulamento da Ação Social Educativa e mantendo o regime gratuito para as famílias do Escalão 1.

 

Por Lusa