"Não podemos manter uma escola aberta se não tem alunos", declarou, ressalvando que qualquer encerramento de uma unidade escolar pode resultar "numa melhor qualidade do ensino".

Falando à margem do segundo Seminário de Educação, dedicado ao tema ‘Educar para o Futuro: sucesso e inclusão', Jorge Carvalho reconheceu que "há escolas que podem vir a não ter alunos" e que a situação vai obrigar a uma reorganização da rede escolar.

Este será um processo mais visível daqui seis anos – altura em que deveriam entrar para a escola as crianças nascidas este ano -, devido ao número escasso de nascimentos na Madeira, o que irá espelhar-se no "número reduzido de alunos do primeiro ciclo", afirmou.

Os dados oficiais da Direção Regional de Estatística indicam que, em 2014, morreram 2.732 pessoas na Madeira e só nasceram 1.739 crianças.

Para já, o plano vai começar por diminuir o número de alunos por turma.

"Uma das coisas que vamos fazer já este ano é reduzir o número de alunos por turma", explicou o secretário Regional da Educação da Madeira, defendendo que qualquer aspeto negativo relacionado com a perda de alunos pode ser transformado em algo positivo.

"Há um conjunto de mecanismos que temos de saber aproveitar também. Não é só aspetos negativos nem dramatismos, há aspetos que podem ser positivos e não vamos fazer esforços para manter escolas abertas, se não têm alunos", reiterou.

Jorge Carvalho esclareceu ainda que, relativamente ao ensino secundário, "há um número relevante de alunos que não termina" este nível de ensino nomeadamente por “falta de expectativas".

No entanto, sublinhou o responsável, há 40 anos, a região tinha uma taxa de analfabetismo de "cerca de 60%", que hoje já não existe.

"O conhecimento e a formação são fundamentais" para uma adaptação ao mercado de trabalho, considerou.

O seminário reuniu, na região, o presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino, e o ex-ministro da Educação Roberto Carneiro.