Gonçalo Caroço - que falava à Lusa hoje de manhã durante uma marcha e um cordão humano realizado na Portela, em Loures (distrito de Lisboa), para exigir a retirada do amianto dos estabelecimentos escolares - disse que este é “um assunto prioritário para a câmara”.
“A câmara desde há muito tempo que coloca esta questão ao Ministério da Educação. Estas escolas de que falamos hoje têm este problema, mas há também outras da responsabilidade do ministério que necessitam de substituição do amianto há muito tempo, mas nunca obtivemos qualquer resposta”, salientou.
O vereador lembrou que no início do ano civil foi pedida uma reunião à secretária de Estado da tutela em que foi transmitida à governante a disponibilidade da autarquia para trabalhar em conjunto com o ministério numa calendarização das obras necessárias para a retirada do amianto.
“Contudo, não tivemos resposta nenhuma. Da parte da câmara o que temos feito é fazer obras nas escolas que são da responsabilidade da câmara, como, por exemplo, a escola básica aqui da Portela, que está em obras e de onde retirámos o amianto”, disse.
Gonçalo Caroço realçou que devem ser ultrapassadas questões muito graves do concelho de Loures, não só no que diz respeito ao amianto, mas de estruturas muito antigas e degradadas.
“É evidente que nós não podemos receber [do Governo]um parque escolar onde as contas que temos feito são de cerca de 50 milhões de euros. Portanto, 50 milhões de euros é metade do orçamento da câmara, por isso não é possível. O ministério tem urgentemente de resolver o problema e nós cá estamos para resolver em conjunto”, disse.
Também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, que esteve presente na marcha, destacou em declarações à Lusa que este é um assunto que tem de ser resolvido urgentemente, sublinhando que “ é um investimento que não pode ficar na gaveta”.
”Nós discutimos muitas vezes que o investimento público faz falta, que as metas de Bruxelas são fatores de opressão para o país. O que percebemos é que, cada vez que o Governo vai além das metas definidas, na prática o que está a fazer é meter na gaveta investimentos prioritários”, disse.
Pedro Filipe Soares frisou que a questão do amianto é uma “questão de saúde pública”.
“Por isso este levantamento da comunidade escolar, de pais, professores é uma chamada de atenção para o investimento público que não pode ficar na gaveta por motivos de salvaguarda da saúde pública destes jovens, de quem vive a atividade naquela escola e de quem espera do Estado que tenha responsabilidade para com as infraestruturas”, sublinhou.
Por isso, segundo Pedro Filipe Soares, o BE considera que este assunto deve ser uma prioridade para o próximo Governo.
Centenas de alunos da Escola Básica 2,3 Gaspar Correia e Secundária da Portela e Moscavide, na Portela de Sacavém, fizeram hoje uma marcha e um cordão humano no Centro Comercial da Portela para exigir a retirada de amianto daqueles estabelecimentos de ensino.
A ação de protesto foi organizada pelos movimentos ESPeloClima, que integra alunos da Escola Secundária da Portela, e Escolas Sem Amianto, da qual fazem parte professores e encarregados de educação do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide (distrito de Lisboa).
O protesto tem por objetivo alertar e exigir para a necessidade de se remover de imediato todo o amianto que existe nas escolas portuguesas, nas quais estão incluídas a Escola Básica Gaspar Correia e a Secundária da Portela.
Os organizadores do protesto querem também ser ouvidos pelo próximo ministro da Educação.
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