Em Portugal, segundo dados compilados pelo Eurostat, tornados públicos pelo gabinete oficial de estatísticas da União Europeia no final do primeiro semestre de 2018, os filhos só saem de casa dos pais aos 29,2 anos, 3,2 anos depois da média europeia, que atualmente se situa nos 26 anos. Nas principais cidades do país, onde o preço das casas e do arrendamento é mais elevado, a média de idades ainda é maior.

Em Espanha, a situação não é diferente. Números oficiais avançados hoje pela imprensa espanhola confirmam que praticamente metade dos madrilenos entre os 18 e os 35 anos, cerca de 48%, não tem condições financeiras para deixar o agregado familiar. Os baixos salários e as elevadas rendas das habitações, influenciadas pelo arrendamento para alojamento local, como em Lisboa, são uma das principais causas.

"O excesso de procura em relação à oferta, por culta da turistificação de Madrid, fez subir o preço das rendas, penalizando a emancipação", justificou o sociólogo Enrique Gil Calvo, professor catedrático de sociologia, em declarações ao jornal El País. Uma realidade que é transversal a outras cidades europeias, como é o caso de Londres, em Inglaterra, onde 26% dos ingleses com idades entre os 20 e os 34 reside com os pais.

Em Itália, a percentagem é ainda maior. De acordo com o ISTAT, o instituto nacional de estatística italiano, 66,8% dos habitantes da região de Lácio, mais conhecida como Lazio, que abrange Roma, a capital do país, permaneciam em casa dos progenitores em 2017, mais 1,7% face ao ano anterior. Os números de 2018 ainda não foram divulgados mas não devem ser muito diferentes. A média do país é de 63,6%.

Em França, a emancipação dos jovens adultos também tem sido dificultada. 24,2% dos franceses nascidos na região de Paris, onde o preço das casas e do arrendamento disparou nas últimas décadas, continua a residir na habitação familiar. Em Berlim, na Alemanha, a percentagem é maior, com 34,4% dos 285.000 cidadãos com idades entre os 18 e os 35 anos a permanecer em casa dos pais pelas mesmas razões.