Apresentado hoje a diversas unidades de neonatologia do país, o projeto NSRAS (Neonatal Skin Risk Asssessment Scale) está a ser promovido pela Equipa de Enfermagem da Unidade de Neonatologia do HPP Hospital de Cascais, que iniciou o processo de adaptação transcultural da escala, desenvolvida nos Estados Unidos, para a população portuguesa neonatal, com o objetivo de permitir uma prevenção adequada logo no nascimento do bebé.
"Esta investigação trata de perceber se a escala de avaliação de risco de lesão em neonatos (bebés recém-nascidos até aos 21 dias de vida) faz sentido ser aplicada na população do nosso país. Estamos, por isso, no caminho para a validação de um instrumento que prevê a introdução dessa escala de avaliação", explicou à Lusa a enfermeira coordenadora do Departamento da Mulher e da Criança do Hospital de Cascais, Dulce Gonçalves.
Segundo a enfermeira, nos próximos três meses, todas as unidades de neonatologia do país vão aplicar esta escala para que, em setembro, se faça a recolha e avaliação dos dados. A partir daí, disse Dulce Gonçalves, espera-se que a Direção Geral de Saúde valide a escala como procedimento protocolar clínico a utilizar na avaliação do risco de desenvolvimento de úlcera de pressão nos bebés recém-nascidos.
A úlcera de pressão é um problema de saúde pública e um indicador da qualidade dos cuidados prestados, caracterizando-se por uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado. "Diminuindo a qualidade de vida dos doentes, aumentando o tempo e custo do internamento, constitui assim um problema recorrente em Portugal, estimando que cerca de 95% das úlceras de pressão são evitáveis através da identificação precoce do grau de risco", refere uma nota do Hospital de Cascais.
Nesse contexto, a avaliação do risco de desenvolvimento de úlceras de pressão é, para a equipa de investigação, "fundamental no planeamento e implementação de medidas preventivas e seu tratamento". Atualmente, e de acordo com as recomendações clínicas em vigor, a avaliação do risco é feita em todos os contextos assistenciais, independentemente do diagnóstico clínico e necessidades em cuidados de saúde, de doentes adultos e crianças a partir dos 21 dias de vida.
Lusa
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