Homens homossexuais têm relações mais duradouras do que os heterossexuais e as lésbicas

A tese é defendida por um estudo do The Williams Institute, instituto afeto à UCLA, a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos EUA. É a primeira investigação a acompanhar a vida amorosa de 515 casais em 12 anos.

É um estudo a garanti-lo. Os casais homossexuais têm relações mais duradouras do que os heterossexuais e do que as lésbicas. O trabalho científico, levado a cabo por uma equipa do The Williams Institute, instituto afeto à UCLA, a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos EUA, é a primeira investigação a acompanhar a vida amorosa de 515 casais ao longo de 12 anos. Iniciada em 2002, a monitorização prolongou-se até 2014.

O estudo "Longitudinal predictors of relationship dissolution among same-sex and heterosexual Couples" foi divulgado no Couple and Family Psychology: Research and Practice, um jornal académico publicado pela American Psychological Association. Segundo a investigação, a taxa de separação nos casais homossexuais masculinos é de 14,5%, nos casais heterossexuais ronda os 18,6% e nos casais lésbicos atinge os 29,3%.

As conclusões foram tornadas públicas no fim do primeiro trimestre deste ano. De acordo com os investigadores, que avaliaram a duração dos relacionamentos, a idade dos membros dos casais e o tipo de vínculos amorosos que os une, as mulheres lésbicas têm duas vezes mais probabilidades de se separarem do que os homossexuais masculinos. No caso dos casais heterossexuais, essa possibilidade é cerca de 50% superior.

A amostra incluía casais unidos pelo matrimónio e outros que viviam apenas em união de facto, uma condição que, segundo os cientistas, não interfere com a duração do relacionamento. "Outros estudos já nos tinham demonstrado que, nos casais heterossexuais, as mulheres têm padrões de exigência maiores nos relacionamentos do que os homens", afirma Esther Rothblum, especialista em estudos femininos.

"Suspeitamos que ocorra uma dinâmica desse género nos casais lésbicos do nosso estudo que [também] esteja na origem de uma maior taxa de separação", acrescenta a professora da Universidade Estatal de San Diego, académica visitante do The Williams Institute. "Descobrimos ainda que os casais mais velhos têm menos probabilidades de se separarem e que a existência de filhos não tem impacto nessas taxas", garante.