O escândalo ocorreu no fim de semana depois das fotos tiradas numa festa com estudantes da escola secundária de Newport Beach começarem a circular nos órgãos de comunicação social locais. "Fiquei enojada quando soube da história", afirmou à AFP a vice-presidente do distrito escolar Martha Fluor.
"É desolador que estudantes que recebem instrução de alta qualidade tenham este tipo de comportamento", acrescentou.
Alunos judeus na festa
A responsável assinalou que a escola está a trabalhar com as autoridades locais para decidir quais serão as ações disciplinares. "Este é um assunto que levamos muito a sério. Fizemos uma reunião na escola Newport Harbor, em Newport Beach, onde alguns estudantes que foram à festa leram cartas de desculpas, enquanto que os pais, outros alunos e líderes comunitários expressaram a sua repulsa" em relação ao que aconteceu, acrescentou.
Martha Fluor assinalou que pelo menos dois dos estudantes envolvidos na festa eram judeus e claramente não entenderam a gravidade da questão.
"Os estudantes leem sobre o Holocausto nos livros, mas parecem que isso não é suficiente", afirmou. "
O dilema que enfrentamos é como fazer com que os alunos entendam que este tipo de ações causam muita dor e sofrimento", comenta a responsável.
O escândalo acontece numa altura em que se vive um aumento de episódios de antissemitismo nos Estados Unidos. A Liga Antidifamação reportou um crescimento em 50% no número desses episódios entre 2016 e 2017, muitos dos quais ocorridos em escolas ou universidades.
Holocausto: 6 milhões de mortos
O rabino Abraham Cooper, decano associado do centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, afirmou que o escândalo na escola de Newport Harbor deve servir de alerta para o facto de que mesmo estados liberais como a Califórnia não estão imunes ao racismo e intolerância.
"Isso é um insulto aos 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto e aos que lutaram contra a ocupação e ao que chamamos de a melhor geração dos Estados Unidos: aqueles que foram para a Europa e que morreram para vencer a cruz suástica", declarou à AFP.
Abraham Cooper indicou que os estudantes envolvidos no incidente devem ser suspensos para criar o precedente de que este tipo de ação tem consequências. O rabino pediu ainda que o distrito escolar organize excursões ao Museu da Tolerância em Los Angeles e faça os estudantes conversarem com sobreviventes do Holocausto.
"Temos que converter esse episódio em um momento de ensino, mas também é preciso haver alguma consequência. Porque sem consequências, as desculpas são vazias", concluiu.
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