Na quarta edição do estudo sobre a água promovido pela associação, centrado nos preços praticados em 2018, estima-se que o preço que as famílias com mais elementos são mais penalizadas: “o valor cobrado por metro cúbico consumido não só não é o mesmo para todos os membros do agregado familiar como sobe à medida que o agregado cresce”.
“O valor a pagar por um copo de água deve ser sempre o mesmo, não podendo depender o seu preço do número de elementos que compõem o agregado familiar nem do município onde as famílias vivem”, afirma a associação, que defende que se reduzam as “disparidades acentuadas” e se generalizem tarifários familiares mais eficazes e de acesso simples e fácil.
A associação pede também “maior estabilidade na evolução dos preços da água”, notando que pelo quarto ano consecutivo há “grande volatilidade dos preços aplicados ao consumo de água”.
Nas contas da associação, o concelho da Trofa, no distrito do Porto, é onde há maior disparidade, com uma família com cinco filhos a pagar “14 vezes mais pela água do que uma pessoa que vive sozinha”, uma variação de 656 euros para 46 anuais.
Comparando municípios, há preços até 25 vezes superiores, como a relação entre o preço mensal pago por uma pessoa que vive sozinha em Terras de Bouro (Braga), de 54 cêntimos, e outra que viva em Vila do Conde (13,2 euros).
Até dentro do mesmo distrito há grandes diferenças, como no Porto, onde se verificou que uma família com três pessoas em Felgueiras paga anualmente 104 euros e na Trofa paga 279 euros, ou no distrito de Vila Real.
Viana do Castelo e Faro, por oposição, têm “os melhores tarifários tendo em conta a dimensão da família”.
Dos 308 concelhos portugueses, 196 têm tarifários familiares, mas “não existe um modelo padrão para a construção destes tarifários”, assinala a Associação.
No distrito de Lisboa, todos os concelhos têm este tipo de tarifário, enquanto na Guarda, só um quinto dos municípios pratica preços para famílias.
A Associação chama ainda atenção para a imprevisibilidade dos tarifários, que podem ter “diferenças significativas de ano para ano, penalizando as famílias e retirando-lhes a capacidade de previsão dos gastos”.
Por exemplo, Castelo de Vide estava no fundo da tabela no que toca a disparidades em 2016, em 2017 passou para o quinto lugar e em 2018 voltou a descer abaixo da 200.ª posição.
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