O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto recebe na quarta e na quinta-feira 35 especialistas europeus em cuidados pré-natais e cuidados intensivos neonatais para discutir estratégias de intervenção em recém-nascidos pré-termo (menos de 32 semanas de gestação).

 

Estes especialistas europeus são os coordenadores do projeto EPICE - Effective Perinatal Intensive Care in Europe, que decorre simultaneamente em 11 países europeus (Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Estónia, França, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia).

 

Desenhado para “contribuir para o aumento da sobrevivência e promoção da saúde e qualidade de vida destes recém-nascidos”, o EPICE procura “garantir que o estado da arte do conhecimento científico nesta área é transferido e aplicado na prática clínica”, refere o instituto em comunicado.

 

A nível nacional, este projeto é coordenado por Henrique Barros, diretor do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e decorre em trinta unidades hospitalares, distribuídas por duas zonas: 13 na região Norte e 17 na de Lisboa e Vale do Tejo. Estas duas regiões representam, aproximadamente, dois terços dos recém-nascidos muito pré-termo em Portugal.

 

No âmbito deste projeto foi possível identificar, em Portugal, 922 casos (incluindo interrupções médicas da gravidez, mortes fetais e nados-vivos) só entre o período compreendido entre junho de 2011 e maio de 2012.

 

Estas crianças têm vindo a ser acompanhadas e avaliadas desde o seu nascimento, sendo que esta atividade irá permitir compreender melhor a epidemiologia das interrupções médicas da gravidez, da mortalidade fetal e dos nascimentos entre as 22 e as 31 semanas de gestação.

 

Segundo dados disponibilizados pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, em Portugal, no ano de 2012, oito em cada 100 bebés nasceram prematuramente. Destes, um por cento tinham menos de 32 semanas.

 

“Apesar dos avanços verificados nos últimos anos, foi entre os muito pré-termo que se observou 58% da mortalidade neonatal em 2012. É também nestes casos que se verificam as mais graves situações ao nível dos cuidados neonatais, tais como hemorragia intraventricular, sépsis ou ausência de encerramento do canal arterial”, acrescenta o instituto.

 

Lusa