Ao contrário do que ocorreu na primavera, as escolas vão estar abertas em França nesta segunda fase de confinamento, destinado a conter a "segunda onda" de contágio pelo novo coronavírus, que atingiu mais 46.290 pessoas segundo dados oficiais divulgados no domingo, cerca 10.000 a mais do que no sábado.
No entanto, os estabelecimentos escolares estão sujeitos a um protocolo de saúde reforçado, que prevê nomeadamente o uso de máscara a partir dos seis anos. Antes das férias do Dia Todos os Santos o uso de máscara era obrigatório somente para os alunos com idades a partir dos 11 anos.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, dirigiu-se a todos os alunos na manhã de hoje para lhes assegurar o seu apoio neste "difícil" regresso à escola.
“Para vocês que voltam à escola, eu tenho o meu pensamento convosco”, escreveu Macron numa mensagem publicada nas redes sociais Snapchat, Instagram e Facebook.
“Conheço a vossa emoção após os atentados terroristas, entre os quais um diante de uma escola contra um professor”, disse Macron.
O Presidente francês referia-se ao professor Samuel Paty, decapitado em 16 de outubro por um 'jihadista' por mostrar caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.
Um minuto de silêncio foi organizado hoje em todas as aulas em França em sua memória às 11:00, horário local (10:00 horas em Lisboa).
Desde este ataque a Paty, a França sofreu outro ataque a uma igreja em Nice (sudeste), na semana passada, que deixou três mortos, levando a um aumento das medidas de segurança no país.
Rondas e patrulhamentos da polícia vão acontecer a partir de hoje em frente às 60 mil escolas do país.
Sobre as medidas sanitárias, Macron disse que “vai levar tempo” e que “usar máscara o dia todo é difícil”, mas sublinhou que “quanto mais esforç” houver por parte de todos “mais cedo será possível voltar à vida normal”.
O Ministro da Educação Nacional francês, Jean-Michel Blanquer, por sua vez, sublinhou a importância da continuidade da educação dos alunos.
“O que importa é que os nossos filhos não percam a continuidade na escola (...). Nós sabemos muito bem que no ambiente familiar e no ambiente social diferente da escola, na realidade, há mais contaminação do que na escola, então ir à escola não é um risco sanitário excessivo para a saúde em comparação com o resto da sua vida”, disse Blanquer à rádio France Inter.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.544 pessoas dos 144.341 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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