Restaurar o cérebro cansado, prepará-lo para aprender, ajudar a processar as informações e a consolidá-las – tudo isto são benefícios das sestas, os sonos curtos que os cientistas consideram justificados e benéficos. A criação de uma sala para dormitar entre aulas pode melhorar a aprendizagem dos alunos, segundo conclui um estudo brasileiro publicado na revista Crescer. A principal vantagem desta pausa é ajudar na memorização de informações, garantem os cientistas brasileiros.
Muitas crianças e adolescentes que acordam cedo para estudar chegam à escola ainda com sono e, por isso, tendem a prestar atenção apenas no início e no fim das aulas, como defende Sidarta Ribeiro, neurocientista do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“A criança tem vontade de dormir? Isso pode ser um problema ou uma solução”, reclama o neurocientista, garantindo que já encontrou a resposta: “A sesta facilita a aprendizagem”.
O estudo liderado por Sidarta Ribeiro, e inicialmente publicado na revista Science of Learning, do grupo Nature, reuniu 24 estudantes do 5º ano, com o objetivo de avaliar os efeitos das sestas após as aulaa. Durante seis semanas, as crianças assistiram às mesmas aulas de Ciências e História, mas, no intervalo, foram divididas em três grupos.
O primeiro grupo podia dormir entre 30 minutos a uma hora. O segundo fez uma pausa para o recreio. Ao terceiro foi proposta uma atividade à escolha. Nos dias seguintes, trocaram de posições, de modo a que todos pudessem dormir, brincar e estudar após a primeira aula da manhã. No final, responderam a testes para medir a capacidade de memorização e aprendizagem e os resultados comprovaram que as sestas aumentavam em 10% a retenção da informação da aula anterior.
Sidarta Ribeiro garante que a sesta possui vários benefícios. Tem um efeito restaurador no cérebro cansado, otimiza o conhecimento apreendido antes do sono e prepara a mente para voltar a aprender. Segundo o investigador, “a escola tem que ter uma sala de sono e deixar que os alunos repousem sempre que saírem de uma aula muito longa”.
Saliente-se que as crianças precisam de um mínimo de oito horas diárias de sono. Por isso, outra solução proposta por alguns especialistas passa por adequar os horários das aulas da manhã à realidade de cada comunidade.
“Mais vale atrasar as aulas para aumentar a quantidade de sono, pois isso favorece a aprendizagem e diminui quaisquer sintomas de depressão”, defendem.
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